Mestres da Soflusa emitem «esclarecimento aos utentes»
Um documento partilhado nas redes sociais pretende explicar aos utentes da Soflusa o posicionamento dos Mestres de embarcações da empresa, perante as greves que têm estado a decorrer e a próxima já marcada para Junho.
«Os Mestres da Soflusa em nome da sua honra e da sua dignidade pretendem fazer o seguinte esclarecimento, temos família e por vezes não é agradável que as nossas esposas, os nossos pais e filhos assistam ao que é referido nos comentários e publicações que circulam nas redes sociais e aos adjetivos que utilizam para denegrir a nossa imagem, sabemos que é uma minoria que utiliza este tipo de linguagem mas são pessoas que nem nos conhecem.»
No documento, é ainda explicado aos ‘caro utente’ que «quando adquire um título de transporte seja em forma de bilhete ou de passe mensal está a celebrar um contrato com a empresa Soflusa entre outras obrigações a Soflusa obriga-se a cumprir o horário comercial sem supressões ou atrasos, tem que assegurar as necessárias condições de segurança, o passageiro tem direito a um seguro para a viagem, e é obrigação da empresa garantir boas condições sanitárias, entre outras obrigações.»
Neste sentido, os Mestres apelam aos utentes para «exigir à empresa estas e outras obrigações que antes da recusa dos Mestres ao trabalho extraordinário já algumas destas obrigações a Soflusa não cumpria com o acordado» apontando como exemplos «navios com manutenção deficiente porque os navios não podem parar para manutenção/reparação, um pontão no Barreiro com o certificado caducado desde Fevereiro onde é “proibido” desembarcar passageiros, falta de formação profissional aos trabalhadores, fardamento, instalações obsoletas e degradadas, falta de conforto nas salas de embarque, falta de trabalhadores nas escalas de serviço, o navio
(Augusto Gil) que foi alienado e que atualmente fazia muita falta, trabalhadores que em dez anos receberam 20 euros de aumento no vencimento depois de um pré aviso de greve, porque somos considerados setor empresarial do Estado com os devidos cortes impostos pelo Estado».
Acerca da greve dos Mestres, explicam que «entre outras reivindicações existe a situação da falta de Mestres neste momento estamos 17 Mestres a fazer o trabalho de 24 e foi assim durante anos, há cerca de cinco anos que a empresa não forma Mestres e há cinco anos atrás formou e promoveu um Mestre, por isso consideramos que a entrada de 4 Mestres já uma vitória desta luta, mas continuam a faltar muitos Marinheiros mais de 12 para sermos mais exatos porque durante anos a empresa não teve autorização para admitir trabalhadores de qualquer categoria profissional.»
Explicam ainda que «os Mestres são o representante da empresa (armador) a bordo, os Mestres chefiam a tripulação, é quem coordena o serviço a bordo, quando a Autoridade Marítima entra a bordo só questiona pelo Mestre. Porque é no Mestre e numa tripulação bem preparada que os passageiros depositam confiança quando fazem o trajeto especialmente em dias de nevoeiro, porque são os Mestres que respondem perante a justiça quando algo corre menos bem, onde já existiu casos de Mestres serem despedidos nestas situações, em mais nenhuma categoria profissional aconteceu situação semelhante, assim e perante todas as funções e responsabilidades a empresa instituiu em 2005, um prémio denominado prémio de chefia que atualmente é de 49.44 euros mensais pela prestação destas funções e responsabilidades, se dividirmos por 30 dias pouco mais dá do que um euro e meio diário, nem dá para uma simples torrada e um galão, este valor é o que recebemos para além do vencimento que no caso do Mestre pouco passa dos mil euros.»
Os Mestres criticam também o facto de a empresa «em 2017 e porque foram “descongeladas” as progressões nas carreiras os nossos colegas foram promovidos, subiram escalões, foram atribuídas isenções de horários sempre com valores muito elevados tudo na casa das centenas de euros e nós os tripulantes ficámos a aguardar, esta reivindicação (aumento do prémio de chefia) tem mais de ano e meio de reuniões, abaixo-assinados, questões que nunca foram respondidas, a empresa nunca propôs um valor para este aumento.»
Consideram por isso que o último recurso de luta foram as greves. «Tínhamos a noção que não queremos banalizar um “instrumento” que foi atribuído pela democracia, e sabemos que prejudica milhares de passageiros diariamente, prejudica uma cidade, prejudica a nossa região a margem sul, mas a empresa não nos deu outra escolha, não temos outra forma, é assim connosco mas é assim também com outras classes profissionais.
Sempre que os Mestres ou o Sindicato reúnem com a empresa saímos das reuniões com uma mão cheia de nada e outra cheia de promessas e esperança para a próxima reunião.»
No documento, os Mestres frisam também que «nas reuniões as Organizações Representativas dos Trabalhadores ao longo dos últimos anos tentaram melhorar as vossas condições, com a introdução da carreira da 00.30h de Lisboa as melhorias previstas para o terminal do Barreiro, e a sugestão de voltar a introduzir o sétimo navio na hora de ponta são bons exemplos, tudo para que a empresa possa melhorar o serviço que presta atualmente», referindo que «as reuniões, manifestações e plenários eram agendados fora das horas de ponta, normalmente entre as 13.20h e as 16.20h, para não prejudicar os utentes, merecemos agora que compreendam a nossa posição».
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Uma palhaçada é o que é ! Todos nós temos famílias ! Estes senhores já fazem greves e plenários há anos !!! RUA COM ELES TODOS !!!