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Desfile de protesto em Sesimbra contra projectos hoteleiros na Aldeia do Meco

Um grupo de moradores da Aldeia do Meco, Sesimbra, tem-se posicionado contra os projectos hoteleiros que estão previstos para a zona, tendo lançado uma petição online contra a construção do que consideram como «projetos megalómanos e que não têm em conta a sustentabilidade ambiental, a dimensão e características da Aldeia de todos nós».

A petição e as assinaturas foram remetidas à Assembleia da República no dia 10 de Agosto, «e foi dado conhecimento da mesma ao Presidente da República, Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Presidente da Assembleia Municipal de Sesimbra, Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Ministra da Coesão Territorial e Presidente da CCDR LVT».

O grupo de cidadãos está agora a promover um desfile de protesto, marcado para dia 18 de Setembro, sábado, a partir das 11h00, com partida da Herdade do Cabeço da Flauta, N377 (Espaço do Festival Super Bock / Super Rock) em direção à Praia das Bicas, Aldeia do Meco.

O objectivo é continuar «a luta no sentido de travarmos estes e outros atentados ambientais na Aldeia do Meco e esperamos poder continuar a contar convosco. Traga o seu veículo – automóvel, motocicleta trotinete, bicicleta…»

Em projecto e em fase de licenciamento estão três empreendimentos turísticos de grandes dimensões para a Aldeia do Meco (mais de 770 fogos, cerca de 2.300 camas), inseridos em áreas protegidas que integram a Rede Natura 2000 «e que, a concretizarem-se, terão um impacto muito negativo para a região».

 Empreendimentos Turísticos previstos e em fase adiantada de licenciamento

«As deliberações de Câmara, tomadas por unanimidade nos últimos quatro anos, relativamente a empreendimentos turísticos a consolidar na zona da Aldeia do Meco, Fornos, Fetais, Caixas, Aguncheiras, Serra da Azoia, Aldeia Nova da Azoia e Cabo Espichel, num hipotético triângulo Aldeia do Meco/Caixas/Cabo Espichel, irão surgir, graças às aprovações dos últimos quatro anos, mais de uma dezena de empreendimentos turísticos com capacidade de alojamento superior a 4.200 camas» refere ainda o grupo de cidadãos, que enumera os empreendimentos previstos.

– Aparthotel “Pinhal do Atlântico” / Turimeco – 23 prédios de 3 pisos (411 unidades de alojamento, 1168 camas); edifício de recepção com SPA, 3 restaurantes, piscinas, bares, campos de jogos, parque infantil, espaços comerciais. Local: Mata dos Cardosos

– Aldeamento Turístico “Pinhal da Prata” / Turimeco – 95 fogos, 53 apartamentos em prédios de 2 pisos e 42 moradias, 360 camas. Local: Pinhal do Rio da Prata

– Empreendimento Turístico na Rua do Casalinho (Fetais) – 58 fogos previstos (50 em prédios de apartamentos e 8 moradias), no total 212 camas

– Empreendimento MecoMar – 36 Unidades de Alojamento, cerca de 92 camas. Local: à saída da Aldeia do Meco, em direção ao Cabo Espichel.

Com a Petição em curso, tomámos conhecimento de mais projetos de construção atentatórios do equilíbrio ambiental

– Empreendimento Iduluz – Junto às Praias das Bicas e da Foz (a amarelo na imagem); 83 ha. em solo rústico de base florestal (pinheiro-bravo, pinheiro manso, sobreiro), e junto a zona costeira dunar, 43% dos quais serão modicados com a implantação (edificações, arruamentos, estacionamento, pontes e outras estruturas de apoio).

O próprio PDM diz que a zona “está classificada como Espaço Agrícola…, mas também abrange Espaço Natural”. Ao todo: 55 lotes para edificação de Hotel-apartamento de 4 estrelas, 450 camas, 112 Unidades de Alojamento, com 3 pisos (um abaixo do solo), 171 lugares de estacionamento e outros equipamentos

– Empreendimento Etosoto – Na Azóia, junto ao Cabo Espichel. Prevê 58 Unidades de Alojamento, 88 quartos e estruturas de apoio. Um projeto contra o qual se pronunciaram as associações ambientalistas Zero, SPECO e LPN que afirmam que a aprovação deste e de outros projetos imobiliários e turísticos na Rede Natura 2000 e na proximidade da zona costeira “demonstram que existe uma total permissividade dos poderes públicos em relação aos projetos susceptíveis de promoverem a degradação dos valores naturais”

– Empreendimento Herdade Vale da Fonte – Terreno para venda com PIP e EIA aprovados, na Apostiça, junto ao extremo Este da Lagoa de Albufeira. Prevê intervenção construtiva em 73,7 hectares – Hotel de 5 estrelas, com 80 quartos, 341 Unidades de Alojamento (apartamentos e moradias com 2 e 3 pisos), área comercial, restaurantes, campo de golfe, polidesportivo, 3 campos de ténis, e outros equipamentos.

A Associação Zero também já apresentou queixa à Comissão Europeia sobre a aprovação de um empreendimento no Cabo Espichel, conforme o Diário do Distrito noticiou.


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