Opinião

Verdade, verdadinha.

Uma crónica de Vera Esperança.

Pá, simpatizo imenso com a PATAV – resmas e paletes de simpatia. Acho que estes tipos fazem um trabalho fantástico. Sigo religiosamente as publicações diárias com que nos brindam no facebook. E é aí que vou percebendo o que de pior (não há melhor) se anda a passar com o transporte de animais vivos por via marítima para países como Israel.

Não foi pois com surpresa que um dia destes vi um membro desse grupo no telejornal da RTP1. E porquê, pergunta-me? Eu explico. Parece que um navio de nome GulfLivestock 2 anda a navegar por águas portuguesas. Este navio com pavilhão do Panamá e cuja história de vida já se arrasta, era um velho e antipático conhecido dos nossos amigos – o Aldelta. Um barco suspenso por não reunir as condições mínimas que pudessem ser aferidas como as menos más para este tipo de transporte.

Dizem também algumas línguas que a tripulação do navio que manuseava estes animais era incompetente para o efeito, distribuindo violência por quem a quisesse levar. Infelizmente, também quem não a queria era apanhado nesta rede composta por bastões elétricos, paus, pontapés e chapadões. Não havia necessidade, meus senh… não, não havia necessidade, meus… isso, ficamos pelos meus. Deixo-o à vontade para os adjetivar da forma como bem entender. Força nisso! Tem o meu apoio.

Bem, dizia eu que este navio voltou a Portugal este março para espanto da PATAV, mas sem surpresa da DGAV. E não é que embarcou 15.000 animais entre bovinos e ovinos? E não é que o desembarque em Israel surpreendeu os ativistas congéneres? Dizem outras línguas que foi o desembarque mais sangrento dos 736 já testemunhados – ele era animais com orelhas rasgadas, ele era animais com cornos partidos, ele era animais desidratados e cegos, ele era, imagine-se um líquido de cor vermelho sangue a escorrer dos pisos superiores para os inferiores dos camiões que abandonavam o porto do inferno. Não percebi bem o que seria aquilo, mas era mesmo esquisito ver animais cobertos de vermelho. Tipo sangue, está a ver?

Bem, depois disto, a PATAV passou-se! Redigiu uma carta protesto bombingque quase duas mil pessoas enviaram à ministra da agricultura e à diretora geral da DGAV em menos de 48 horas. BUM!!!!! Tomem lá! Quando abro o meu e-mail e vejo 5 mensagens seguidas a caírem fico doente. Não quero nem imaginar se recebesse um presente destes.  Mas como diz o velho ditado, cada um tem o que merece!

Nesta carta, a PATAV pedia esclarecimentos urgentes, bem como o imediato cancelamento do certificado do navio.  Ou seja, fostes e não voltes mais. Mas veja lá, acredite ou não, olhe que é a verdade verdadinha, esta embarcação regressou a Portugal.

A PATAV, incrédula e com tanto pasmo, lá assistiu a mais um desembarque. E não, não pense que alguma coisa mudou. Tudo na mesma, não como a lesma, que sempre se vai movendo, mas como a DGAV e sua ministra responsável.

Sim, porque se esta tripulação teve formação, deve ter sido dada pelos criadores da farinha amparo! Logo por aqui se percebe, porque os animais, a quem não se deve bater nem com uma flor, continuaram a ser violentados como se não houvesse amanhã.

O que vale é que a presidente da comissão do inquérito instaurado pelo Parlamento Europeu que investiga este tipo de transporte apresentou-se chocadíssima com a notícia que a PATAV prontamente lhe fez chegar.

Aproveito para informar que bem pode ter orgulho destes ativistas – foram um dos três movimentos europeus a ser recebidos no Parlamento Europeu. Um feito, meus senhores, um feito e desta, com maiúscula no princípio.

Vamos então todos estar atentos a futuros desenvolvimentos. E plagiando a PATAV, só vou parar quando isto acabar!

Voltarei, porque, afinal, “somos todos iguais”. 


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