País

SIM acusa ARS-LVT de «falta de competência» no controle da pandemia de covid-19

O Sindicato Independente dos Médicos saúda a criação de um gabinete de intervenção «que apenas peca por ser tardia» na região de Lisboa e Vale do Tejo, e considera que esta medida veio dar «razão aos sucessivos alertas do SIM (não raras vezes acusados de alarmistas)».

O SIM destaca também «o trabalho realizado nas demais ARS» face à «displicência e desatenção da Administração Regional de Saúde e da Autoridade de Saúde Regional de LVT», o que segundo a entidade permitiu que a epidemia continue «descontrolada» na região de Lisboa e Vale do Tejo.

«Desde o início desta epidemia que não houve por parte da Autoridade de Saúde Regional uma estratégia com vista ao controlo da mesma. Estão por contactar centenas de doentes positivos para COVID-19, ainda com inquérito epidemiológico por realizar e, portanto, desconhecendo-se os respetivos contactos. Daí que estes números poderão ser a ponta do iceberg de um gravíssimo problema de saúde pública.

Numa fase em que existe um estímulo ao desconfinamento e em que os profissionais de saúde estão exaustos, esta desvalorização – quiçá até desconhecimento – por parte das autoridades de saúde/administração regional de saúde parece ignorar a verdadeira dimensão do problema.»

Para o SIM algumas das medidas tomadas pela ARS-LVT contribuíram para esta situação, apontando como exemplo «a manutenção do funcionamento das escolas, baseada na ideia de que a situação seria compatível com uma mera gripe, a desvalorização dos transportes no surto da Azambuja, o abandono da USP de Sintra quando grande parte da unidade se encontrava infectada ou a atitude tida no respeitante ao SAMS, de que resultaram dezenas de profissionais infetados – por entre ameaças de processos disciplinares a quem divulgasse informação».

Por fim o SIM apela para que o grupo de intervenção para Lisboa e Vale do Tejo emane orientações claras e robustas; disponibilize os meios como equipamentos de proteção individual, necessários à atividade dos profissionais de saúde; desenvolvimento de estratégias para vigilância das muitas centenas de doentes infetados sem médico de família atribuído bem como dos seus contactos, incluindo aqueles não têm RNU;  criação das condições para que os médicos da ARS LVT previnam a exaustão e que possam usufruir do descanso necessário; e que os médicos de Saúde Pública, para além do pagamento do trabalho extraordinário realizado e do gozo do descanso compensatório correspondente, sejam respeitados enquanto tal e enquanto autoridades de saúde (o suplemento pelo exercício do poder de autoridade de saúde, legalmente previsto desde 2009, nunca foi atribuído).


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