Na segunda parte desta entrevista (link: https://diariodistrito.sapo.pt/bloco-de-esquerda-acredita-que-sesimbra-esta-a-entrar-num-marasmo/) com Adelino Fortunato foi feito um balanço sobre a sua entrada na vida política, a importância da política nas nossas vidas e os desejos que tem para o futuro do concelho.
«Decidi ter uma atividade política ainda antes do 25 de abril, nas mobilizações estudantis contra a guerra colonial e a ditadura de Salazar e Marcelo Caetano. A minha adesão ao Bloco de Esquerda é uma confirmação desse meu compromisso com a luta por sociedade mais justa e mais democrática, uma sociedade socialista», conta Adelino Fortunato.
«Sesimbra tem um grande potencial de desenvolvimento se for capaz de fazer as opções adequadas. Está localizada na Área Metropolitana de Lisboa, tem um território diversificado com condições para aproveitar diferentes valências. Sem dúvida o turismo e a pesca podem continuar a ter papel relevante, mas mesmo nestas atividades há muita inovação por fazer».
Uma das críticas que o Bloco faz foi ao concurso Miss Elegância, patrocinado pela Câmara. Num período em que o mundo se solidariza com a luta das mulheres iranianas, o partido vê este tipo de iniciativas como uma forma de promoção de um estereótipo ultrapassado do género feminino. Adelino Fortunato acredita que «alguém se quis destacar naquela vereação e dar nas vistas, só que acabou por fazê-lo da pior forma».
O dirigente defende que é necessário estimular a qualificação das novas gerações, que são aqueles que mais sentem a crise. O futuro vai depender bastante destas gerações. Os jovens de Sesimbra são obrigados a sair do concelho se não querem um trabalho no setor do turismo (que funciona seis meses por ano) ou na autarquia. O político acredita que tudo pode mudar.
«Se isso for possível, poderá haver disponibilidade para encarar um novo projeto de desenvolvimento e para suscitar novas atividades de maior valor acrescentado. Caso contrário, com a CDU ou com o PS, continuaremos a viver no equilíbrio gerado pela mediocridade. Os vereadores e Presidentes da Câmara são, muitas vezes, funcionários da autarquia, que fazem da vida política um prolongamento da vida profissional, tentando escapar à modéstia das suas expectativas de carreira», acredita Fortunato.
Os jovens portugueses são aqueles que mais tarde saem da casa dos pais na Europa. Fortunato também acredita que é necessário um novo planeamento das zonas urbanas. Isto para permitir uma maior articulação entre as diferentes freguesias do concelho. Se Santiago e o Castelo estão ligados, a da Quinta do Conde (a maior e mais jovem do concelho) encontra-se um bocado isolado.
«O Bloco não tem lugares institucionais com poder executivo. Tem eleitos na Assembleia Municipal e na Assembleia de Freguesia da Quinta do Conde. Quando os sesimbrenses e as sesimbrenses nos derem a oportunidade de chegar à vereação estaremos prontos para os apoiar com muitas medidas e um projeto que é público e foi apresentado nas últimas eleições. Até lá faremos as recomendações e as propostas que se justifiquem perante as circunstâncias e já não é a primeira vez que os órgãos executivos as adotam», falou.
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