Opinião

Reduzir 10 à hora? É apenas ESTÚPIDO!

Uma crónica de Bruno Fialho

Desde o dia 24 de Abril de 1974, que os portugueses já tiveram tempo mais do que suficiente para reflectir e reclamar sobre a ditadura Salazarista e perceber o que esteve mal nesse regime, mas também tudo aquilo que teve de bom, porque, sejamos honestos, temos de admitir que existiram coisas boas.

Após 48 anos do fim da ditadura e relativamente àquilo que houve de mau, penso que não aprendemos nada de especial, pois, a maioria da população continua a aceitar que nos retirem a Liberdade sem questionar, ou pior, apoiam cegamente quem rasga a Constituição e ameaça com pena de prisão quem não cumprir leis ilegais e inconstitucionais, feitas à medida daqueles que só tiveram empregos de tachos no Estado.

Depois, passámos a aceitar que sejam os piores de todos nós, sejam eles suspeitos de crimes, de pedofilia ou outros, que nos governem, isto havendo fortes provas e/ou indícios de que são culpados, enquanto isso, os melhores ou vão para fora do país ou são obrigados a aceitar um emprego mal remunerado, porque não têm as preciosas cunhas e padrinhos.

A criminalidade aumentou e a polícia, infelizmente, perdeu, também um pouco por culpa própria, o respeito dos portugueses, porque o Estado, na maior parte das vezes, não fornece ou garante as mínimas condições de trabalho necessárias para um agente da autoridade poder fazer a sua função e trabalhar com dignidade ou liberta vezes sem conta os criminosos que são detidos por eles e, noutras vezes, existem agentes que estão mais interessados em passar multas ilegais a quem está a comer uma sandes no carro do que a proteger os cidadãos.

Hoje em dia vivemos numa era digital, em que os estudantes têm acesso a mais informação, sem terem de se deslocar a uma biblioteca ou outro local para pesquisar sobre a matéria lecionada, mas, ao contrário do que seria de esperar, a nossa Escola/Educação perdeu muita qualidade, em grande parte porque os sucessivos Governos Socialistas estiveram mais interessados em formatar futuros eleitores socialistas ou militantes do partido à procura de um “tacho”, os quais apenas passam de ano devido ao facilitismo e às leis feitas pelo PS que permitem as passagens de ano escolar administrativas, mesmo a quem tem negativa à maioria das disciplinas, do que em promover um ensino de qualidade.

Todavia, se forem alunos do quadro de honra de uma escola, mas não querem ser formatados pela doutrina propagada pelo lóbi LGBT com o apoio da extrema-esquerda, de imediato são reprovados por um qualquer Secretário de Estado ou Ministro da Educação. Ou seja, burros os miúdos podem ser, defensores da ciência é que não, porque o novo Socialismo serve para defender, como diz o comediante Ricky Gervais, “as novas mulheres de barba e pila”.

Já sobre os assuntos relevantes para o dia-a-dia dos portugueses e até sobre o que se passa no mundo, existe apenas uma narrativa única, com um enorme lápis azul a verificar tudo, (onde é que já ouvi isto?) e que é o poder político que controla e quem ousar desconstruir essa narrativa ou tentar provar o contrário, é de imediato destruído ou excluído da nossa sociedade, seja por via de uma morte com contornos estranhos ou porque o seu legado profissional é reduzido a cinzas.

É assim, com governantes medíocres, burros e sem conhecimento do que as pessoas que trabalham e produzem necessitam que, no passado dia 11 de Maio, foi aprovado na Câmara Municipal de Lisboa uma proposta do partido Livre que determina a redução em 10 km/h da velocidade máxima de circulação permitida actualmente e a eliminação do trânsito automóvel na Avenida da Liberdade aos domingos e feriados.

Esta proposta foi aprovada com os votos a favor do PS, Livre, BE e a vereadora independente Paula Marques, que de certeza fumaram algo estranho antes de entrarem na Assembleia Municipal para ir votar e aprovar mais uma ideia digna de um manicómio.

Relembro que na minha candidatura à Câmara Municipal de Lisboa fui contra o fecho do trânsito na Baixa e na Avenida da Liberdade, porque já se falava disso nessa altura e também contra todas as ciclovias sem nexo, que são a grande maioria e apenas serviram para comprar algumas casas e carros aos amigos que decidem a quem são adjudicadas as obras públicas.

Para quem não percebe o que o encerramento destas vias na cidade de Lisboa irá representar para as centenas de comerciantes e para a economia da cidade, é porque não tem receio de ficar desempregado ou, provavelmente, deve ser daqueles que passaram de ano após ano escolar pela via administrativa.

O delírio que vamos ser obrigados a observar, caso não se faça nada em contrário, é ter um povo que considera normal que uma trotinete buzine aos condutores de veículos automóveis para tentar ultrapassá-los.

Não contentes com a discussão dos 10km/h, o nosso povo ainda tem de aturar um Governo que não se decide pela aprovação da descida da taxa do IVA para 6% em muitos produtos essenciais e na restauração, algo que custaria cerca de 137 milhões por ano, mas passa horas a discutir na Assembleia da República a redução da taxa do IVA sobre os produtos de higiene menstrual, proposta pelo seu deputado amestrado do Livre.

O pior é depois ver que o Governo decidiu baixar a taxa do IVA desses produtos dos 23% para os 6%, e posteriormente descobrir que eles já são taxados nesse valor há vários anos.

Tudo isto só pode ser fruto de uma insanidade colectiva que deu uma maioria absoluta ao PS há poucos meses ou da falta de um ensino e educação de qualidade.

É por isso que já é fácil para o Governo decidir enviar 250 milhões de euros para uma guerra no estrangeiro, em que Portugal “não foi tido nem achado”.

Assim, tenho de dizer que, passados 48 anos de uma ditadura, não vejo grandes melhorias no nosso país e isso não quer dizer que sou saudosista ou que prefiro o anterior regime, pelo contrário, apenas quer dizer que considero inadmissível que quase 5 décadas depois de um regime, fosse ele de que género fosse, ter governado o meu país, não sejamos agora mais ricos, mais independentes, mais seguros, mais produtivos, mais livres, mais tudo, porque o que aconteceu no passado, para o bem e para o mal, não pode ser uma desculpa eterna de continuarmos a ser um país pobre e dos mais corruptos do mundo.

Enquanto deixarmos que sejam os maiores burros a deter o poder no melhor país do mundo, que para mim é Portugal, vamos ser ainda mais pobres e ser gozados pelos governantes dos países ricos que integram a União Europeia.

Uma coisa nos valha, pelo menos iremos chocar contra a inflação e as restrições económicas a menos10km/h do que estava previsto.


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