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Palmela | Professores marcharam por melhores condições de trabalho e defesa das escolas públicas

A Escola Secundária de Palmela está fechada há uma semana devido à greve dos professores, um pouco à imagem do que tem acontecido no resto do país. Em causa estão melhores condições de progressão de carreira, contra a precariedade e o que dizem ser um retrocesso na educação. 

José Seabra, professor de Filosofia na Escola Secundária de Palmela, considera que muitas das medidas aplicadas no setor da educação têm como principal objetivo a redução de custos. 

“O afunilamento da carreira de professor é para poupar custos, a questão da Caixa Geral de Aposentações – passar as pessoas para a segurança Social – é para reduzir custos”, afirmou o professor, realçando que este problema não afeta apenas os professores mas a generalidade da comunidade educativa.

“Se eu partir uma perna – eu estou na Caixa Geral de Aposentações e recebo 80% do salário -, mas todos os funcionários auxiliares, os assistentes operacionais, que foram passados para a Segurança Social, recebem [apenas] 60% de salário, recebem menos dinheiro do que precisariam, também para cortar custos”, acrescentou.

Para José Seabra, a suposta “emancipação” na colocação dos professores, que tenta colmatar a falta de professores no país, foi a gota de água e o motivo que desencadeou esta onda de protestos a nível nacional.

“A municipalização é uma malha mais fina para tentar tapar os buracos, porque o grande problema é a falta de professores”, referiu José Seabra, sublinhando que “os jovens já não querem ser professores porque a carreira é cada vez menos atrativa”.

De acordo com a Agência Lusa, Patrícia Ribeiro, presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Secundária de Palmela, também presente na marcha dos professores, afirmou estar do lado dos docentes e dos auxiliares de educação.

“Felizmente a maioria tem compreendido. Aqueles que não compreendem não sabem os motivos pelos quais os professores estão a lutar. Mas a grande maioria dos pais com quem falamos estão a apoiar a luta dos professores pelo ensino público”, expressou.

O Presidente da autarquia, Álvaro Amaro, também manifestou o seu apoio aos professores e mostrou-se satisfeito com a participação e união da comunidade educativa.

“Trata-se de defender a escola pública de qualidade. E fico particularmente satisfeito por perceber que começa a haver uma maior unidade em torno destas causas, que são transversais a todos os membros e elementos da comunidade escolar”, disse o autarca.

“Para termos uma educação inclusiva para todos, com qualidade e uma escola pública de grande nível, onde temos excelentes profissionais, é necessário responder a estas reivindicações de uma vez por todas”, concluiu.


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