Opinião

O primeiro passo na Reindustrialização do Barreiro

Antes  do  25  de  Abril  de  1974,  o  Barreiro  era  largamente  marcado  pela  indústria,  a  CUF empregava cerca de 20.000 pessoas só no Barreiro, nos pós 25 de Abril a CUF foi alvo de um processo de nacionalização que marcou o início do fim deste gigante industrial português.

Este processo levou à grande degeneração da cidade, famílias inteiras perderam o emprego e o Barreiro tornou-se um fantasma do que tinha sido perdendo uma boa parte da sua população, que dependia da CUF para o seu sustento. A CUF já nacionalizada e com o nome de Quimigal, mantem até hoje os resíduos deste antigo parque industrial, já desindustrializado desde os fins dos anos 80.

Nos  dias  de  hoje  os  jovens  barreirenses  só  conseguem  emprego  no  Barreiro  na  área  dos serviços,  empregos  sem  futuro,  mal  pagos  e  que  não  conseguem  sustentar  uma  família,  é necessário  acabar  com  essa  realidade.    As  fábricas  da  CUF  desde  a  sua  abertura  em  1908, foram  o  polo  de  atracção  para  o  Barreiro,  o  Barreiro  cresceu  devido  à  indústria,  de  uma pequena  vila  piscatória  para  uma  verdadeira  cidade  industrial,  a  CUF  no  Barreiro  empregou gerações de famílias, avós, pais e filhos. A indústria e o Barreiro estavam intimamente ligadas, logo para a revitalização do Barreiro a indústria deve ser a maior prioridade.

Para  os  primeiros  passos  nesta  nova  Reindustrialização  do  Barreiro  acreditamos  na reintrodução de um ícone do automobilismo português, o jipe UMM. Esta empresa foi mais um exemplo da indústria portuguesa destruída pelas falcatruas dos governos do pós-25 de Abril.

Esta era uma empresa promessa no mercado dos todo-o-terreno, a aventura desta empresa no mercado automobilista durou de 1977 a 2006, durante esse período a UMM lançou 3 modelos e  um  protótipo,  o  UMM  4×4  Cournil,  o  UMM  4×4  Alter  e  o  UMM  4×4  Alter  II,  estes  eram excelentes  jipes  que  rivalizavam  com  icónicos  jipes  como  o  Toyota  Land  Cruiser  e  que  eram vendidos por toda a Europa e em Africa, incluindo para várias forças armadas europeias, como por exemplo as Portuguesas e Holandesas.

Nos anos 90 a UMM apresentou o seu mais recente protótipo, que viria a ser o Alter III, um jipe moderno  capaz  de  concorrer  com  jipes  como  o  Land  Rover  Discovery  e  o  com  o  seu concorrente  directo  o  Nissan  Patrol.  Aquando  da  apresentação  do  Alter  III  o  governo  de Cavaco Silva, para além do pesadelo burocrático lançado sobre a UMM, deixa de comprar os Jipes  da  UMM  para  as  forças  armadas  optando  pelo  jipe  estrangeiro  Nissan  Patrol,  sem  este apoio pelo Estado português a UMM foi obrigada em 2006 a encerrar a sua secção automóvel.

Não sendo este o único caso de desinteresse na indústria e a tentativa de desindustrialização pelo Estado Português, a Indústria automóvel portuguesa é muito boa na produção de veículos todo-o-terreno e havendo ainda espaço neste mercado, devido ao facto de neste momento o Toyota Land Cruiser, o Land Rover Defender e o Nissan Patrol não estarem já em produção e venda no mercado Europeu, este seria o momento perfeito para recomeçar um projecto deste Ppo.

Logo  o  Barreiro  tendo  um  Parque  industrial  enorme  e  largamente  sem  uso,  ainda  com infraestrutura presente e facilmente reaproveitada, é o sítio ideal para um rápido retorno da indústria automóvel portuguesa e Barreirense, recomeçando assim o processo de revitalização e  reindustrialização  da  Cidade,  para  que  esta  e  futuras  gerações  vivam  com  dignidade,  para que tenham empregos com futuro e que lhes permitam criar famílias e para manter as pessoas no Barreiro e que sintam orgulho da sua cidade.


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