Opinião

O cão e o gato estão a roubar o espaço do filho e do neto

Alheio ao perigoso inverno demográfico que Portugal atravessa, o governo socialista, como é seu apanágio, resolve fazer exatamente o contrário daquilo que é imperativo fazer: Em vez de tomar medidas sérias, urgentes e concretas para promover a natalidade, o governo e os partidos políticos estão mais empenhados em fazer com que os portugueses tenham mais animais de estimação.

Se por um lado nada de errado existe em que as pessoas adotem animais de estimação, por outro também é verdade que o facto de as famílias terem cada vez mais animais de estimação pode influenciar negativamente a natalidade de forma indireta e, infelizmente cães e gatos não pagam reformas.

É natural que um pequeno cão ou um gato crie nos seus donos um efeito psicológico de transmissão de carinho e cuidados semelhantes ao que acontece quando temos uma pequena criança em mãos, substituindo assim essa parte sentimental de termos de cuidar de um filho, e anulando a vontade natural e subconsciente de qualquer mamífero em querer garantir a continuidade da sua espécie.

Uma vez que o cão e o gato, tal como uma criança, criam nos seus educadores (pais ou donos) o sentimento de cuidado a um ser mais frágil, dependente de nós e que tem comportamos engraçados que despertam as nossas gargalhadas, surge naturalmente nos humanos a ideia de substituir os filhos pelos animais de estimação, uma vez que estes acabam por dar menos trabalho e menos despesa. Mas nem sempre aquilo que dá menos trabalho consiste numa ideia correta de vida, aliás, raramente isso acontece.

E de novo me ocorre afirmar: O cão e o gato não descontam para a segurança social, então quem paga a reforma dos donos? Posto isto, existe um evidente conflito de interesses entre o estado querer incentivar a natalidade e, por outro lado, o estado querer incentivar fiscalmente as famílias a terem cães e gatos dado que este último incentivo, pode pôr em causa o tão necessário aumento da natalidade em Portugal.

A segurança social está a viver a crédito, e não será a TSU paga pelos hotéis caninos e os hospitais veterinários que a impedirá de colapsar.

O problema ganha contornos especialmente preocupantes quando saímos de dentro de casa e vamos para a rua. Os espaços que outrora pertenciam exclusivamente às crianças, como parques, jardins, praias e zonas ribeirinhas ao ar livre estão a ser completamente ocupados pelos nossos amigos de quatro patas. Obviamente nada contra, mas há que saber separar as águas, e o desenvolvimento psicomotor de uma criança é muito mais importante, necessário e benéfico para a sociedade como um todo, do que o desenvolvimento psicomotor de um cão ou o fetiche dos seus donos em verem o canídeo a correr de um lado para o outro numa praia cheia de gente.

Os espaços de diversão ao ar livre precisam de ser espaços de completa liberdade para as nossas crianças, de modo a que estas possam correr, pontapear uma bola, rebolar e atirar balões de água de forma completamente livre e despreocupada, sem que tenham de estar constrangidas ou oprimidas com a ideia de que um movimento em falso poderá levar a que um qualquer cão naquele mesmo espaço as venha a morder.

O interesse da sociedade em educar crianças mentalmente fortes e fisicamente saudáveis só se alcança garantindo que estas têm um desenvolvimento psicomotor feito num espaço livre de opressões e constrangimentos, espaços esses que não podem estar permanentemente ocupados por outros seres vivos que a qualquer movimento em falso dos nossos futuros adultos, poderão vir a atacá-los.

Há aqui obviamente um conflito de interesses, mas novamente me questiono: Um cão feliz e bem exercitado não paga reformas, não será melhor darmos prioridade a futuros adultos felizes com a vida e bem exercitados que poderão no futuro ser elementos altamente produtivos e benéficos para a nossa sociedade? A discussão deste tema é polémica, mas é necessário tê-la. Portugal não está preparado para esta discussão, mas a urgência do momento deixa-me a vontade de vir aqui trazer este problema a debate.


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