Montijo

Nuno Canta apela ao ‘bom senso político de todos’ sobre o aeroporto no Montijo

A reunião camarária desta tarde no Montijo foi iniciada por Nuno Canta, presidente, com uma explicação sobre os pontos debatidos na reunião que manteve hoje com o primeiro-ministro António Costa acerca do projecto do aeroporto na BA6 no Montijo.

“Nesta reunião declarámos que a BA6 foi escolhida por ser uma hipótese viável, que se veio a confirmar com o Estudo de Impacte Ambiental, que está de acordo com esta opção, num terreno que tem uma área com o dobro do tamanho do actual aeroporto de Lisboa, e que vai permitir duplicar a capacidade de resposta.

O aeroporto originará efeitos positivos na economia, mais emprego, atração de investimentos, turismo, transporte público e na qualidade de vida das pessoas, e na dinâmica da malha urbana do arco ribeirinho sul, também com a valorização do Tejo.”

Nuno Canta não deixou de criticar o posicionamento “de alguns autarcas da CDU que decidiram bloquear o projecto, posicionando-se contra o desenvolvimento da região e do país. Respeitamos essa decisão política mas dela discordamos em absoluto, por ser uma posição contra o investimento no concelho e na região.

Por isso mesmo apelamos ao bom senso político de todos no sentido de defender o interesse do concelho e das populações.”

A discussão decorreu depois com a intervenção do vereador Carlos Almeida (CDU), na defesa da opção dos autarcas comunistas que aponta como opção para o novo aeroporto o Campo de Tiro de Alcochete, com uma declaração política.

Colocando várias questões, a declaração política do vereador questionou se “existe algum estudo/documento que prove que há melhor solução que o Campo de Tiro, e que esta solução irá responder a todos os problema actuais do aeroporto de Lisboa? E sobre os os problemas que se colocam com a localização na BA6 relativamente às aves da reserva natural do Tejo?”

Para o vereador comunista “a BA6 não irá criar os empregos directos que se afirma nem irá transportar o número de passageiros indicados porque se trata apenas de empresas low-cost” não passando esta de “uma medida para satisfazer os interesses da Vinci, com a subserviência do Governo PS que até está disposto a alterar uma lei que ele próprio aprovou”.

Carlos Almeida considerou que todos os estudos “provam que é na manutenção da Portela que a multinacional francesa está interessada e não no desenvolvimento de outro aeroporto. E o que se tem passado nos últimos dias com medidas de chantagem, é inaceitável.

Durante décadas prescindiram das verbas do sector aeroportuário e diminuíram os investimentos públicos que impediram a construção da terceira travessia do Tejo. O PCP não aceita e não cede à chantagem que querem fazer na Assembleia da República e nas autarquias. O aeroporto em Canha e Benavente é que serve as necessidades do país e será uma realidade no futuro, o que importa saber é se o PS, com o PSD e o CDS, comete o monumental erro de adiar essa opção.”

Nuno Canta respondeu a estas declarações considerando que “os argumentos que apresenta são fracos, e resultam de uma mistificação do PCP, porque existem estudos técnicos e capazes de assegurar a qualidade de vida das populações em relação aos impactos. O que disse não faz qualquer sentido à luz do que se conhece do aeroporto.

Depois há uma tentativa do PCP de menorizar a solução do aeroporto no Montijo, o que não é benéfico para a população do Montijo e do distrito e sobre a sua acusação de defender certos interesses, também poderíamos argumentar com que tipo de interesses defende a CDU com a localização do Campo de Tiro de Alcochete. Se este investimento fosse em qualquer outro concelho da margem sul, também a defenderíamos, pela redução de assimetrias e por aumento de emprego, evitando que as pessoas percam tanto tempo no acesso a Lisboa.”

A discussão não contou com a intervenção do PSD/CDS-PP por ausência na reunião de vereadores da coligação.

Entre outros assuntos da reunião, foi aprovada a reabertura da hasta pública para arrendamento do restaurante Montiagri, no Parque de Exposições do Montijo, pelo prazo de dez anos, renováveis por cinco anos, com a abstenção da CDU e voto favoráveis do PS.
Nuno Canta explicou que “em anteriores concursos tivemos intenções, mas depois não concorrem, e se esta hasta não tiver concorrentes, o município irá transformar o espaço para serviços municipais. Já reduzimos o valor da renda, e esperamos que surjam propostas.”

No período aberto à população interveio Mário Baliza, agradecendo a intervenção dos serviços na limpeza de ervas nas ruas e José Freixinho, sobre uma inundação que teve na sua garagem após fortes chuvas de 19 de Dezembro, derivadas da acumulação de raízes na rede de saneamento.

Nuno Canta agradeceu ao primeiro munícipe e explicou ao segundo que a autarquia irá “avaliar o que pode ter causado esse problema, para não partirmos logo para o abate das árvores na zona”, e acrescentou que “ultimamente tem vindo a registar-se nos municipios de Montijo, Barreiro e Moita, um aumento de materiais sólidos enviados para os esgotos, o que leva a que tenhamos mesmo uma reunião com a Simarsul, no sentido de sabermos como informar melhor a população para evitar esses comportamentos”.


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