Nota prévia: os meus mais sentidos pêsames pelo falecimento do Senhor Wiston Rodrigues, vítima de um homicídio na Quinta da Cucena e o desejo das melhoras do pai deste, que se encontra internado no Hospital Garcia de Orta.
Um bem-haja a todos os que participaram nas homenagens que decorreram sempre de forma pacífica.
Posto isto, e tendo sido importante a distribuição de máscaras, esperava que a autarquia tivesse enfoque nas comunidades que vivem mais precariamente, com os meios e orçamento que sabemos que dispõe (103 milhões de euros para 2020).
Neste capítulo é importante referir que o senhor presidente da Câmara do Seixal, tão (pouco) democraticamente ocultou da oposição a sua intenção mesmo depois do eleito do CDS-PP João Rebelo ter feito essa proposta por duas vezes em sede de Assembleia Municipal do Seixal.
É de facto de lamentar que se tenha sabido pelo pasquim do regime que tanto dinheiro custa aos munícipes, mas é também de lamentar e até estranhar os seguintes pormenores:
– A escolha da empresa para produção das máscaras, é imagine-se só, especialista em organização de eventos, que não só é de estranhar como também é caricato;
– O custo de 0,60€ por cada máscara, que me parece excessivo dada a qualidade, desde as dobras que é suposto ser de uma forma e terem saído ao contrário aos elásticos que podem saltar;
– O critério para distribuir pelos munícipes, é que não havia critério. Foram distribuídas 10 por cada contrato de água independentemente do agregado familiar, o que não é de todo equitativo;
– A entrega via CTT numa altura em que já estamos a desconfinar, quando poderiam ser levantadas nas respetivas freguesias consoante o seu agregado. Isto evitava os roubos de máscaras sobrando os envelopes com o pasquim;
– Tendo em conta que alguns autarcas optaram por não fazer a distribuição de máscaras devido ao preço cobrado pelos CTT (na ordem dos três euros por carta), fica a dúvida sobre quanto terá custado essa distribuição aos cofres da Câmara Municipal.
– A questão ambiental, poupava-se o ambiente se as máscaras de protecção fossem reutilizáveis em vez de descartáveis.
– A dúvida dos números que pairam entre o que é anunciado (1 milhão de máscaras para os munícipes) e o que é de facto distribuído.
Desconfio que o pouco empenho que houve quer pelo timing da sua distribuição, bem como nos aspectos que referi em cima, se deve ao grande empenho em fazer propaganda quer na televisão, que custou e bem aos cofres da autarquia e por isso saiu do seu bolso (fraco em informações, já que nem o número oficial de ajuda ao munícipes foi facultado), mas também na execução do pasquim do regime com mais propaganda que nunca com todas as promessas e mais algumas…
É que o receio de perder a autarquia é muito, por esse motivo a CDU está a queimar os últimos cartuchos e isso está bem patente nas suas acções.
Felizmente esse jornaleco pode ter várias utilizações, e até já li sugestões que passo a citar: limpar vidros, acender a lareira, utilizá-los para os animais fazerem as suas necessidades, e outras mais criativas. Aproveite caro munícipe, já foi pago por si!
Contudo, a gota de água para mim foi o alegado desconhecimento por parte do Presidente da Câmara Municipal do Seixal relativamente ao foco de Covid-19 em bairros como o da Jamaica, que posteriormente foi desmentido pela DGS…
Quase que acreditei que a autarquia não sabia de nada e quase fiquei comovida. Só falta dizer: “Bairro da Jamaica? Nunca ouvi falar nisso” e frases como “a culpa é do Governo central e dos sucessivos Governos de direita” e “nós exigimos mas os Governos é que não cumprem”, enfim.
No meio disto, gabo e muito a difícil tarefa da comissão de moradores que tentou junto do poder local travar o surto, infelizmente sem sucesso e sinto que devo uma palavra de agradecimento a todos os profissionais que em várias áreas estiveram na linhas frente (e não vou particularizar, correndo o risco de me esquecer de alguma área), quer do sector público quer do sector privado e que merecem todo o nosso respeito e consideração.
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