Opinião

Montijo e a “falta” dos Parquímetros!

Esta crónica é da responsabilidade do seu interveniente!

A necessidade crescente e urgente de se poder satisfazer um estacionamento ordenado, leia-se limitado, criando-se um plano de mobilidade eficaz, é uma realidade cada vez mais ansiada no Montijo, por forma a incrementar a qualidade de vida e promover o ordenamento urbano e a segurança rodoviária, obrigando a que os vários intervenientes analisem e implementem soluções técnicas que correspondam da melhor forma às necessidades dos cidadãos utilizadores das vias e, da própria sociedade. Neste contexto, os estacionamentos são hoje de uma importância vital para a sustentabilidade e sociabilidade da cidade de Montijo.

Um estudo levado a cabo, quando da introdução dos parquímetros, mostrou que se operaram de imediato algumas alterações no sistema de mobilidade. Estas mutações deram-se em relação a variados aspectos, sabendo-se que fundamentalmente corresponderam a mudanças do modo de transporte, do local de estacionamento, do destino das viagens ou outras que ficaram por identificar.

Este estudo, teve como objectivo observar e compreender as implicações dos parquímetros sobre a mobilidade, nas zonas centrais de Montijo, com incidência particular nas alterações que poderiam vir a ocorrer, desde então, nas escolhas modais.

Foi, pois com alguma expectativa, que a Autarquia fez na altura significativas alterações, na procura de mais lugares para estacionamentos, havendo logo a registar dois factores determinantes para tal: O Regulamento de Estacionamentos de Duração Limitada e o Regulamento de Viaturas Abandonadas.

Sobre a oferta e procura de estacionamentos em Montijo, convém salientar, por ser um aspecto tido como relevante nesta matéria, que sobre o Parqueamento Livre, existente no núcleo citadino, a taxa de ocupação actual ronda ainda em média os 85%, com algumas variações pontuais, o que indicia, na verdade, que a disponibilidade pode ainda aqui, contemplar a procura.

Contudo, é ainda nas zonas do núcleo histórico citadino e em seu redor que existe um maior congestionamento, pela procura de lugares de estacionamento, sendo que é aqui que existe o maior desequilíbrio entre a procura e a oferta de estacionamento, porque os tempos de permanência nestas áreas são maioritariamente superiores a 4 horas.

Realce-se também aqui que quando da implantação dos parquímetros na cidade, o período piloto ser de 30 minutos era manifestamente convidativo a uma curta permanência no estacionamento. Aliás, as próprias fracções horárias com intervalos de 1hora e em crescente eram perfeitamente aceitáveis e estavam consonantes com uma rotatividade que se pretendia ser eficaz.

Se nas condições actuais dos aproximadamente cerca de 300 (alguns mais) lugares disponíveis, em zonas de parquímetros contemplam agora estacionamentos de longa duração, em média, para cerca de 330 veículos num período de 8 horas, imagine-se, posteriormente e já em estacionamentos mesmo de duração média intercalar (4 a 6 horas), de imediato se poderiam contemplar, logo à partida, e no mínimo, uma média de cerca de 450 veículos, no mesmo período de tempo. Passar-se-ia de uma taxa intermédia de + 10% para cerca de + 50%, o que não deixa de ser bastante significativo. Assim, o funcionamento da rede de parquímetros da cidade de Montijo, na sua disposição actual, permitirá [ quando em pleno funcionamento, esperando-se ainda que a CMM adira ao SCoT — Sistema de Contraordenações de Trânsito — e tiver pessoal coma Formação Profissional de Agente de Fiscalização de Estacionamento (Credenciada pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária) ]assegurar uma muito maior rotatividade no estacionamento de curta duração no centro urbano da cidade. Por tudo isto e para que se possa promover uma maiorrotatividade nos lugares de estacionamento existentes, a rede de parquímetros “obrigaria” a que não houvessem ocupações por mais de 4 horas em pico ou cerca de 2 horas em baixa respectivamente e assim haveria uma muito maior rotatividade de cada lugar.

Neste plano de estacionamentos, os acessos às principais zonas de comércio e serviços da cidade estariam assim mais facilitados com uma maior disponibilidade de lugares de parqueamento automóvel, nos termos regulamentados (duração curta).

Sendo o núcleo histórico da cidade uma zona urbana sensível (pela existência significativa de comércio e de serviços…), a área destinada ao estacionamento é geralmente deficitária em relação à procura potencial total, pelo que há uma urgente necessidade de se ordenar os espaços em função dos objectivos que se pretendam atingir, o que só se conseguirá com recurso aos parquímetros, sendo que estes são essenciais para;

garantir a racionalização e uma boa gestão do espaço público.

Restará dizer que os parquímetros são parte integrante de uma estratégia de mobilidade, garantindo a rotação do estacionamento e, isso resulta num benefício, quer para os moradores que assim encontram lugar com mais facilidade, quer para os comerciantes que assim têm melhores acessibilidades para os seus clientes.

No entanto, de uma coisa não pode haver dúvidas: os parquímetros resolvem, (deviam resolver) em parte, os problemas de acessibilidade e mobilidade, principalmente no centro urbano da cidade, MAS… como potenciam as irregularidades na proximidade, como sendo os estacionamentos irregulares; sob os passeios, nas passagens assinaladas para a travessia de peões e nas zonas pedonais… e na ausência de uma Fiscalização em permanência, seremos confrontados seguramente, com graves problemas de acessibilidade e mobilidade!


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