A modelo plus size e influencier brasileira Juliana Nehme denunciou nas suas redes sociais, esta quarta-feira, 24 de novembro, que foi vítima de descriminação pela companhia aérea Qatar Airways, no Líbano. A modelo alega que a empresa não a deixou embarcar “por ser demasiado gorda”.
Através dos vídeos postados no seu Instagram, é possível ver Juliana abalada com a situação e a descrever que foi impossibilitada de seguir para o Brasil pela sua aparência física.
“A hospedeira de bordo da Qatar Airways disse que não posso embarcar porque sou muito gorda e não tenho direito a essa passagem. Estou eu, a minha mãe, a minha irmã e o meu sobrinho, nós pagamos 4 mil dólares pelos voos. Agora, ela simplesmente se nega a dar as passagens e a me deixar embarcar no voo para Doha e de lá para São Paulo porque sou gorda. Agora, o que eu vou fazer?”, explicou a modelo.
De acordo com Juliana Nehme, a companhia aérea referiu que a sua passagem não era compatível com a classe económica, propondo-lhe adquirir a passagem em classe executiva por mais 2 mil dólares ou então comprar duas passagens em bancos diferentes de forma a “caber no assento”.
A Qatar Airways reagiu e declarou que a exigência da compra de um lugar extra está de acordo com as práticas da indústria e que é praticada por outras companhias aéreas, mas que “trata todos os passageiros com o mesmo respeito e dignidade”.
“Qualquer pessoa que impossibilite o espaço de um outro passageiro e não consiga prender o cinto de segurança ou baixar os apoios de braço pode ser solicitada a comprar um assento adicional tanto como uma precaução de segurança quanto para o conforto de todos os passageiros”, confirma a companhia.
A modelo já terá saído do país, mas admitiu em choro nas redes sociais que nunca sofreu tamanho preconceito relativamente ao seu peso.
“Eu sempre fui muito realista comigo mesma. Eu sei que sou gorda e atrapalho. Eu falo pra minha mãe “só vou viajar se você estiver do meu lado”. Se ela ficar do meu lado, infelizmente, eu atrapalho ela. As pessoas olham pra mim como se fosse um monstro. Cada dia parece que a gente está errada. Ser gordo não é brincadeira. Não quero que ninguém passe pelo o que eu passei. Foi horrível. Não consegue sair da minha cabeça aquelas mulheres olhando pra mim como se fosse um monstro”, concluiu.
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