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Mães de soldados russos exigem retirada das tropas da Ucrânia

Mais de seis mil pessoas já assinaram a petição «Exigimos a retirada das tropas da Ucrânia e o retorno dos soldados para casa» que foi lançada este domingo, 27 de Novembro, lançada por um grupo de mães de soldados mobilizados, em conjunto com o grupo ativista feminino ‘Russian Feminist Anti-War Resistance [Resistência Feminista Russa Antiguerra]’.

O dia escolhido para o lançamento da petição é simbólico, uma vez que é quando se comemora o Dia da Mãe na Rússia, e até às 14h00 desta segunda-feira já tinha atingido as 6,392 assinaturas, das 7,500 pretendidas.

«Dirigimos esta petição em 27 de novembro, no Dia das Mães, ao Presidente do Comitê de Política Social do Conselho da Federação Svyatenko Inna Yuryevna, ao Presidente do Comitê da Duma Estatal sobre Família, Mulheres e Crianças Ostanina Nina Alexandrovna e aos membros desses comitês, cujo dever é cuidar do bem-estar social das famílias, mulheres e crianças na Rússia» refere o texto.

Neste relembram que «há nove meses está em andamento a chamada ‘operação militar especial’, que traz destruição, luto, sangue e lágrimas. Tudo o que acontece na Ucrânia e na Rússia não pode deixar de emocionar nossos corações. Independentemente de nossa nacionalidade, religião ou condição social, nós – as mães da Rússia – estamos unidos por um desejo: viver em paz e harmonia, criar nossos filhos sob um céu de paz e não ter medo de seu futuro.»

Outra preocupação destas signatárias é o facto das noticias que chegam do campo de batalha, de que os soldados não têm equipamento para combater, e menos ainda para fazer frente ao frio do Inverno ucraniano.

Este é aliás uma das queixas que mais tem sido partilhada pelos soldados russos nas redes sociais, com vídeos onde demonstram os equipamentos disponibilizados pelo Governo, de fraca qualidade e não adequado a temperaturas negativas, sendo que a maior do equipamento que transportam teve de ser adquirida pelos próprios.

Por outro lado, muitas famílias veem-se privadas do sustento proporcionado pelos homens agora no campo de batalha, como frisam estas mulheres: «Nós, mães, estamos em uma posição difícil e vulnerável neste momento. Apesar de todas as promessas de apoio do Estado, o padrão de vida está diminuindo, a pobreza bate à porta da grande maioria das famílias russas. Ao mesmo tempo, as famílias com filhos eram a categoria mais carente da população do país, mesmo em tempos de paz.»

A crítica directa às opções do Governo de Putin também está presente no longo texto da petição, com as mães a acusarem que «o enorme gasto de dinheiro todos os dias em operações militares poderia ser investido em nosso bem-estar. Mas, em vez de novos jardins de infância, maternidades, escolas e hospitais, recebemos apenas conversas vazias sem fim na TV sobre nosso “sucesso” e “grandeza”».

E deixam também uma pergunta: «quem sustentará as famílias que perderam seus provedores? Nós sabemos a resposta – todas essas adversidades serão um fardo adicional para os ombros já sobrecarregados das mães! Muitos dos homens sobreviventes perderão sua saúde e capacidade: nosso estado também confiará o cuidado deles às mulheres, apenas em palavras prometendo apoio e benefícios.»


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