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Jornalistas estão a ser treinados para recolherem provas de crimes de guerra

Numa entrevista dada à National Public Radio (NPR), a correspondente de guerra, Janine di Giovanni, fala sobre o Project Reckoning de que é diretora, que tem como objetivo treinar jornalistas para estes tratarem da informação que recolhem de modo que possam usar as mesmas em tribunais internacionais devido aos crimes de guerra cometidos em conflitos armados.

Os investigadores enviados pela Nações Unidas (UN) já confirmaram que as forças armadas russas cometeram crimes de guerra em território ucraniano, havendo documentação de casos de execuções a civis, tortura e de violência sexual. No entanto, não são os únicos a rastrear estes atos, os jornalistas também se encontram no teatro de operações e o Project Reckoning é um programa que ajuda e ensina estes jornalistas a recolher e tratar informações para as suas peças, como também recolher provas de crimes de guerra que podem ser utilizadas em tribunais internacionais.

Um dos motivos que fez nascer este projeto é pela carreira com mais de 30 anos como correspondente de guerra e tendo testemunhado três genocídios Bósnia, Ruanda e o massacre dos Yazidis, que deixou Janine di Giovanni frustrada e com mágoa.

Apesar da base da recolha de provas consistir na recolha de informação, há uma metodologia para ser considerado prova nos tribunais internacionais. A correspondente de guerra dá um exemplo que não se pode entrevistar uma criança que acabou de ser traumatizada e ferida num ataque. Enquanto os repórteres dos meios de comunicação estão no local e tentam captar o sofrimento da criança, quem queira recolher provas de crimes de guerra não pode ter essa atitude, havendo assim essa lacuna no poder que os jornalistas tradicionais têm de submeter o que recolhem aos tribunais de justiça.

Janine di Giovanni fala por fim de que os seus apontamentos não têm grande utilidade quando se trata de assuntos de justiça, no entanto ajudam a comprovar factos quando teve de depor devido às guerras na Serra Leoa, na Bósnia e no Kosovo.

Existe assim uma linha que separa o que é uma reportagem de guerra e o que é uma prova de um crime de guerra, no entanto com o Project Reckoning, essa linha deixa de existir, visto que os correspondentes de guerra e os jornalistas estão preparados para tratar de toda a informação com o devido rigor.


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