Opinião

Inveja

10 de Novembro de 2015.

Foi neste dia que António Costa de se tornou primeiro-ministro, assinando acordos em nome do PS com PCP, PEV e BE, que permitiriam a aprovação dos 4 Orçamentos de Estado dessa legislatura. Neste dia a política portuguesa mudou para sempre, e apercebemo-nos agora, para pior. A forma como esses acordos foram assinados, sem a presença de jornalistas, às escondidas, anteviam a pouca crença que os intervenientes tinham no acordo que estavam a assinar, todos os envolvidos percebiam facilmente que o único objectivo que os unia era afastar Passos Coelho do poder, não havia ali uma ideia para o país, uma visão estratégica do que Portugal poderia ser dali a 10 ou 15 anos, nada. A única coisa que os movia era a inveja, queriam o poder que não tinham, custasse isso o que custasse, aos próprios e ao país.

A esquerda à qual o PS se aliou nunca escondeu ao que vinha, já em 2016 na conferência socialista “As esquerdas e a desigualdade” Mariana Mortágua libertou a Marxista que há em si e proferiu a sua frase mais célebre: “ do ponto de vista prático, a primeira coisa que temos de fazer é perder a vergonha de ir buscar a quem está a acumular dinheiro”.

O mote estava lançado. Para chegar ao poder o PS sacrificou a sua visão para o país, cedeu à sua ala esquerda, em boa verdade Costa cederia a quem quer que fosse para chegar a primeiro-ministro. Se na primeira legislatura, foi possível governar sem grandes sobressaltos, vivendo da conjectura externa, revertendo as poucas medidas que a troika nos obrigou a fazer para liberalizar e economia, como a privatização da TAP e a sub-conceção do Metro e Transtejo, agora a actual crise económica e com a extrema-esquerda pressionada nas sondagens, Costa está entre a espada e a parede, e cederá apenas para manter o lugar, mas as suas cedências têm um preço e serão os Portugueses a pagá-lo.

Na proposta de Lei nº 52/XIV, e com a desculpa da “promoção da retoma progressiva da vida social e económica (…)” o Estado pretende “aprovar um regime especial de realização de expropriações e constituição de servidões administrativas necessárias à execução das intervenções que sejam consideradas, por despacho do membro do Governo responsável pelo setor de atividade sobre que recaia a intervenção em causa, integradas no âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social, aprovado em anexo à Resolução do Conselho de Ministros n.º 41/2020, de 6 de junho (PEES)”. O PS inspirou-se nos seus parceiros e ultrapasso-os pela esquerda, temos então o “ir buscar a quem está a acumular dinheiro” levado ao extremo.

Nas últimas semanas, o conselheiro de Estado e ideólogo do BE, Francisco Louçã, indicou mais uma vez, o caminho que o seu partido preconiza. Em primeiro lugar o BE apresenta uma medida que já não é nova, “quem tem lucros não deve poder despedir”, ideia já defendida por Louçã em 2012 https://tvi24.iol.pt/economia/despedimentos/be-empresas-que-dao-lucro-nao-devem-poder-despedir, problema: os países que adoptaram esta medida, nomeadamente Espanha e Itália, apresentam uma taxa de desemprego jovem superior à portuguesa.

Depois Louçã acusou a Iniciativa Liberal de prejudicar os mais pobres e proteger os mais ricos, quando propõe uma taxa fixa de 15% no IRS. Acontece que Louçã mentiu, de facto com a taxa fixa de 15% e isenção a partir do rendimento de 650 euros, todos pagam menos IRS. Para o BE não interessa se os pobres pagam menos, o que eles não admitem é que os ricos também paguem menos.

A crise que vivemos e iremos viver terá várias abordagens, a proposta do PS, BE e PCP é clara: taxar, aumentar e criar impostos, sacrificando a classe média, os novos ricos para estes partidos. Perante isto a direita liberal terá de ser inflexível na defesa da propriedade privada, dos rendimentos e da valorização do trabalho enquanto meio para ganhar dinheiro e melhorar de vida. São duas visões, dois caminhos distintos, um é o caminho da inveja, da miséria, da servidão; o outro é um caminho novo, mais justo e melhor. No passado já nos juntámos e rejeitámos a miséria. Esta é a hora de o fazer de novo.


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