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FPDA critica ligação de autismo com sociopatia no caso do jovem acusado de terrorismo

A FPDA – Federação Portuguesa de Autismo emitiu este domingo um comunicado no qual lamenta a forma como a comunicação social está a referir o ‘síndroma de Asperger’ no caso do jovem que foi detido por planear um ataque na Faculdade de Ciências de Lisboa.

Fernando Campilho, presidente do Conselho Executivo da FPDA, refere no comunicado que a referência a este sintoma é apresentada sem uma adequada contextualização, o que é criticável».

Segundo o comunicado «a síndroma de Asperger é uma forma de autismo que nas classificações mais recentes (DSM 5 de 2013 e ICD11 da OMS, que entrou em vigor em janeiro de 2022) deixou de ser considerada como uma entidade independente, tratando-se antes de uma situação de autismo sem alteração do desenvolvimento intelectual e com linguagem normal ou apenas ligeiramente afetada».

Fernando Campilho explica ainda que «o autismo é uma condição em que há uma alteração do neurodesenvolvimento criando pessoas ‘neurodiversas’, mantendo-se essa condição desde o nascimento até à morte.

Dizer que uma Pessoa Autista é sociopata é o mesmo que dizer que uma pessoa de uma determinada raça, etnia ou que um jornalista, um político, um juiz ou um médico é sociopata.»

E frisa ainda que «diferentemente do autismo, que é uma alteração do neurodesenvolvimento, a sociopatia é um distúrbio da personalidade, caracterizada por comportamentos antissociais.

Não faz parte de qualquer forma de autismo a existência de comportamentos sociopatas.»

A FPDA relembra que «muito mais frequentemente as Pessoas com Autismo são vítimas de violência e de bullying ao longo da sua vida» e lamenta que «a existência de notícias como a referida, sem o devido enquadramento podem comprometer anos de luta pela inclusão das Pessoas com Autismo na sociedade e da aplicação plena da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

A inclusão das Pessoas com Autismo na sociedade tem defrontado muitas dificuldades e enfrentado muitas barreiras que nem sempre temos conseguido vencer.»

Fernando Campilho deixa ainda o pedido para «um enquadramento adequado das notícias é um dever e obrigação de todos os órgãos de comunicação social».


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