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Fernão Ferro vai contar com novo ‘Espaço Social’

Inaugurado simbolicamente a 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, o novo ‘Espaço Social’ ocupa uma loja no Mercado de Fernão Ferro, e está prestes a receber serviços com apoio jurídico, de psicologia e psiquiatria, e ainda apoio a vítimas de violência doméstica e a situações de autismo, além de proporcionar transporte a médicos e a outros serviços na freguesia.

“O Espaço surge de uma necessidade que foi detectada na freguesia, no âmbito da ação social, da existência de um local que permitisse um ambiente acolhedor para quem precisa de recorrer a estas várias valências”, explicou Rui Miguel Pereira, presidente da Junta de Freguesia, ao Diário do Distrito.

Com protocolos a serem assinados, e o espaço preparado, o presidente da Junta acredita que “a partir de Abril será possível iniciar o atendimento nas áreas de psiquiatria, psicologia e advocacia”.

Atendimentos para pessoas com carências económicas e para a comunidade

Algumas das valências têm de ser disponibilizadas “num âmbito mais restrito, porque alguns serviços terão um custo associado, que será suportado pela Junta, motivo pelo qual serão disponibilizados apenas a pessoas com carências económicas comprovadas”.

Os atendimentos “são realizados por técnicos especializados, com entidades com quem temos protocolos. Na área jurídica, já temos um protocolo com a Ordem dos Advogados – Delegação do Seixal, que irá disponibilizar um advogado para atendimento semanal, cujo intuito não é acompanhar processos, mas realizar uma consulta jurídica.”

O atendimento pode ser marcado na Junta de Freguesia ou através de encaminhamento dos parceiros de ação social, “de pessoas devidamente referenciadas, ou então serão os serviços da Junta a fazer esse rastreio, para saber se a pessoa é ou não abrangida pelos critérios definidos”.

Rui Miguel Pereira gostaria que “na situação em que o país se encontra neste momento, não tivéssemos de colocar qualquer restrição, e as consultas fossem para todos, mas não temos capacidade orçamental para isso”.

Acredita que “este ano iremos ter muita procura neste tipo de apoio, temos noção dos crescentes problemas que as famílias estão a enfrentar, sobretudo ao nível bancário e imobiliário”.

Já para toda a comunidade, estarão disponíveis as valências dos atendimentos na área do Autismo, garantidos por técnicos da Associação Universo Autista, e o apoio a vítimas de violência doméstica.

“A loja onde funciona agora o ‘Espaço Social’, esteve cedido à Universo Autista, mediante um protocolo do anterior executivo da Junta. Foi agora reconvertido, mas a porta continua aberta, e virão aqui reunir e continuar a prestar o apoio que já prestavam, até terem a sua sede, que será também aqui em Fernão Ferro.”

No que concerne à violência doméstica, o autarca frisa que “temos conhecimento de que se trata de um fenómeno em crescimento na freguesia, embora não na vertente a que estamos habituados a ouvir falar, mas antes de uma nova realidade: violência doméstica perpetrada por filhos contra os pais.

Em muitos casos, os idosos são ameaçados e até agredidos, quando recebem as suas reformas, pelos filhos, que podem ou não apresentar dependências. Estamos preocupados porque nos chegam vários relatos deste tipo de acções.”

Admite que “é um campo onde é complicado agir, já falámos com técnicos e com as forças policiais, porque é muito complicado um progenitor denunciar às autoridades um filho. Por isso também, muitos dos casos que conhecemos chegam-nos por familiares ou até vizinhos.

Por isso queremos também dar uma resposta, que pode passar por ouvir os desabafos, mas também agir se assim for necessário, como retirar a vítima de casa. E se conseguirmos ajudar dois ou três casos por ano, já será muito gratificante.

Um pequeno espaço, muitos objectivos

Apesar do espaço pequeno, “sendo que o ideal era termos um local para cada valência”, está organizado de forma a permitir os vários atendimentos em horários diferenciados, “o que só foi possível com o projecto realizado pela arquitecta Raquel Ribeiro, de forma gratuita, e a quem agradeço, bem como aos funcionários da Junta de Freguesia que trabalharam na reformulação do espaço”.

Além das valências já definidas, Rui Miguel Pereira adianta que “surgiu-nos a hipótese, embora ainda em estudo, de uma parceria com a ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, mas ainda precisamos de fazer um rastreio de base para conhecer o número de pessoas nessa situação na freguesia e as suas necessidades.

A ideia passava por providenciar aulas de informática com braille, com a associação a disponibilizar técnicos e professores de informática para cegos, e as aulas seriam aqui.”


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