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FECTRANS denuncia falta de medidas de segurança contra o COV-19 em vários sectores

A Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS) alerta para o facto de muitas das medidas a serem implementadas no âmbito da prevenção contra o coronavírus 19 ainda ‘não terem saído do papel’, depois de uma análise que foi feita em conjunto com os sindicatos que fazem parte da frente sindical e dos relatos dos trabalhadores a eles afectos nas empresas do sector dos transportes e comunicações.

«Registamos como positivo que algumas empresas tenham demonstrado um empenho na aplicação de medidas, mas em muitas outras há registo de atraso ou ausência de medidas. Continuamos a registar com preocupação algumas situações que ocorrem.»

Como exemplos apontam situações no sector rodoviário de mercadorias em que «trabalhadores do serviço internacional atravessam zonas de risco elevado, sem qualquer tipo de proteção, nem instalações sanitárias disponíveis, inclusive enfrentando filas de trânsito de mais de 37Km; no regresso a Portugal não são alvo de qualquer tipo de rastreio em relação à possível contaminação com o COVID 19; a falta de Kits de proteção individual e as empresas alegam que os produtos a incluir no Kit estão esgotados no mercado; a falta de isolamento em Centros de logística (armazéns), existindo falta de espaçamento de segurança e ainda a trabalhadores a recorrerem a situação de baixa por receio de contaminação».

No sector rodoviário privado de Passageiros a frente sindical aponta a falta de higienização nas viaturas, «praticamente em todas as empresas. Salientamos a situação de Cascais em que o presidente da Câmara tem vindo a anunciar desde sábado passado esta medida, mas só hoje de tarde, os trabalhadores viram uma brigada de higienização no terminal de Carcavelos; o atraso ou ausência na distribuição de “kits” de protecção; e a suspensão de contratos, como no caso da Autoviação Feirense».

Em relação às escolas de ensino de condução automóvel, os trabalhadores têm apresentado queixas por serem «obrigados a tirar dias de férias durante o período de suspensão das aulas teóricas e praticas, com ameaças de não pagamento dos salários».

Nos Centros de Inspeção foram detectadas situações em que os mesmos continuam abertos «levando a aglomeração de clientes; e os trabalhadores sem qualquer tipo de proteção individual».

No sector ferroviário apontam o atraso de distribuição de materiais de protecção a trabalhadores da CP que têm contacto com os utentes e também nas oficinas e a tentativa da MEDWAY em alterar as normas de segurança, colocando na cabine principal apenas um elemento da tripulação, além da falta de higienização no material da MTS – Metro dos Transportes do Sul e Metro do Porto.

Ao nível do transporte fluvial «no dia de ontem assistimos à distribuição de materiais de protecção aos trabalhadores da Soflusa, mas aos da Transtejo não houve essa distribuição. Será que houve apenas o cuidado de proteger o Ministro da Tutela que visitou aquela empresa ontem?».

Nos Correios e telecomunicações, os relatos apontam para a falta de distribuição de meios de protecção e de falta de alteração de espaços de trabalho, de modo a aumentar a distancia entre trabalhadores; situação de trabalhadores que, não lhes tendo sido fornecido material de protecção como era e é obrigação da administração dos CTT, foram impedidos de usar máscaras, pagas do seu próprio bolso porque uma chefia “não quer mascarados” no balcão de uma Estação de Correios».

A frente sindical aponta ainda o facto de que «os meios de prevenção prometidos a estes trabalhadores não chegam e que quando chegam raiam o ridículo. Quatro pacotes de lenços de papel para um CDP com dezenas de trabalhadores, toalhetes secos, luvas que não chegam, máscaras que não chegam, limpeza de superfícies que não é feita como devia com materiais desinfectante».

A isto acresce o facto de os carteiros «irem para a rua sem um pouco de gel desinfectante que seja, TNG´s nas Estações de Correio cuja única medida de salvaguarda é uma mísera fita cola no chão a um metro do balcão, carteiros nos CPL sem luvas, sem qualquer desinfectante disponibilizado, sem máscaras, com limpeza de instalações à pressa, sem desinfecção dos objectos e correspondências que tratam».

Para a FECTRANS «a situação dos trabalhadores não podem ser secundarizadas, até porque a protecção destes, significa a protecção de utentes dos serviços prestados pelas empresas do sector».


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