Opinião

Em Lisboa não há só bolas de Berlim. também há muros

Uma crónica de Bruno Fialho.

Seria muito difícil não comentar este sábado o assunto que está mais em voga na actualidade, por isso, irei mesmo comentar o crime que, na minha opinião, foi cometido pelo Fernando Medina.

Num primeiro momento quero elucidar os leitores que a nossa Constituição garante aos cidadãos o direito de se reunirem, pacificamente e sem armas, mesmo em lugares abertos ao público, sem necessidade de qualquer autorização, e que a todos os cidadãos é reconhecido o direito de manifestação.

Assim, para se realizar uma manifestação em local público, apenas é necessário comunicar a qualquer Câmara Municipal do nosso país essa intenção.

A comunicação à Câmara Municipal deve de ser assinada por três dos promotores da manifestação, devidamente identificados pelo nome, profissão e morada ou, tratando-se de associações, pelas respectivas direcções.

Essa comunicação deve ainda conter a indicação da hora, do local e do objecto da manifestação e a indicação do trajecto a seguir, caso ele exista.

Os 3 promotores da manifestação em frente à embaixada russa em Lisboa, que presumo terem fugido da ditadura socialista/comunista que existe naquele país há décadas, exigiam em protesto a libertação de Alexey Navalny, opositor de Vladimir Putin.

Os promotores da manifestação cumpriram com a lei portuguesa e identificaram-se pelo nome, profissão e morada, pois, acredito que eles julgavam estar num país que cumpre com a lei, com as mais elementares regras de bom-senso e até com a lei geral da protecção de dados, mas eles não podiam estar mais enganados, pois vivemos uma ditadura Socialista desde há algum tempo.

Já se percebeu que, actualmente, em Portugal a lei apenas é para ser cumprida por quem não tem dinheiro para pagar aos advogados das grandes sociedades ou por quem não tem um padrinho no Partido Socialista.

Desde a célebre frase proferida pelo actual Presidente da Assembleia da República Portuguesa, Ferro Rodrigues, no processo “Casa Pia”, que disse: “Tou-me cagando para o segredo de Justiça”, até ao caso NOVO BANCO, que tem contornos de uma série da máfia italiana, penso que os portugueses deixaram de lutar pela liberdade quando o Dr. Francisco Sá Carneiro foi assassinado, talvez porque tenham pensado que, com ele, morreu um dos últimos políticos sério e honesto.

O que Fernando Medina fez é o que o Partido Socialista anda a fazer há décadas, o qual age como grande ditador sempre que tem o poder e cumpre a velha máxima, de origem desconhecida, mas usualmente atribuída a Maquiavel,  “Aos amigos tudo, aos inimigos a lei”.

Ao abrigo da Lei n.º 58/2019, a qual assegura a execução, na ordem jurídica nacional, do Regulamento (UE) 2016/679 do Parlamento e do Conselho, de 27 de abril de 2016, relativo à proteção das pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais e à livre circulação desses dados, a Câmara Municipal de Lisboa estava proibida de facultar à embaixada da Rússia os dados e informações pessoais dos 3 promotores da manifestação.

Tal como Ferro Rodrigues, penso que Fernando Medida deve-se estar a “cagar” para a lei da protecção de dados e, para não chatear os seus aliados russos, tornou-se um delator, ao nível dos que enviavam quem não gostavam para os Gulags Siberianos.

Mas Medina ainda teve a ousadia de mandar fazer cartazes que colocou junto à conferência de tecnologia Web Summit para tentar insultar Donald Trump, os quais tinham uma inscrição com um erro ortográfico, que coloco a sublinhado: “In the free World you can stillfind a city to live, invest and build your future. Making brigdes. Not walls”

Ao que parece e ao contrário do que Medina queria afirmar no cartaz, em Lisboa não há só bolas de Berlim ou pontes, também há muros como os de Berlim, que mataram milhares de pessoas que não queriam viver no paraíso socialista/comunista.

Denunciar quem foram os promotores da manifestação contra Puttin pode ter sido uma sentença cruel para eles ou para os seus familiares, caso estes ainda vivam na Rússia.

É por situações como esta que estou farto de ver políticos criminosos e/ou corruptos a serem eleitos ou glorificados em programas de televisão.

Deixo aqui um desafio: será que os portugueses não têm coragem para, nas próximas eleições, que por acaso são as autárquicas, eliminarem da política quem pensa que está acima do cidadão comum?


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