Opinião

E depois da Geringonça?

Ao contrário do que o momento político pode, eventualmente, indiciar e o título deste texto sugerir, não acredito que sejamos chamados às urnas mais cedo. Em boa verdade ninguém, excepto o Chega, teria alguma coisa a ganhar com eleições antecipadas; BE e PCP, os que têm a faca e o queijo na mão, seriam os que mais teriam a perder nesse cenário, de acordo com o resultado das últimas autárquicas e sondagens, pelo que acredito que continuaremos a assistir a esta farsa de fraca qualidade. Possivelmente, desta vez, será o BE a dar a mão a António Costa, já que o PCP não o poderá fazer todos os anos.

Portugal é governado há 6 anos por uma frente de esquerda composta por PS, PCP e BE, que em 2023 completará duas legislaturas, o que realmente importa é responder à pergunta sacramental: que país restará depois da Geringonça?

Seguramente teremos um país mais pobre, mais atrasado em relação aos países europeus do nosso “campeonato”, Portugal será inevitavelmente um país com menos oportunidades para todos, menos oportunidades para os mais desfavorecidos, menos oportunidades para os mais jovens e menos oportunidades para os mais empreendedores da sociedade, arredados do círculo do poder.

Depois da Geringonça teremos instituições mais frágeis, menos independentes e mais controladas pelo poder político. Estas instituições públicas que deveriam funcionar com transparência e independência, estão hoje subjugadas ao poder socialista; são vários os exemplos, recordo apenas a substituição presidente do Tribunal de Contas, Vítor Caldeira após críticas ao governo.

Ao fim de 8 anos de poder socialista teremos menos liberdade. O Estado impôs-se à sociedade, o seu poder cresceu e tornou-se insaciável. Os portugueses estão hoje mais dependentes dos serviços sociais do Estado como saúde e educação, serviços estes onde o governo cada vez investe menos e onde a exigência diminuiu, o que prejudica, mais uma vez os mais pobres.

Durante a última campanha autárquica, o Dr. António Costa percorreu o país, chantageando os portugueses, quem não votasse PS não via o dinheiro da bazuca. O primeiro-ministro mostrou, mais uma vez, que não conhece o país que governa, os portugueses não são do tipo de povo que se deixa chantagear, e por isso perdeu. Perdeu no Porto, em Lisboa, em Faro, em Coimbra, em Portalegre e perderá ainda mais em 2023, ano em que, definitivamente, perderá o país.

Os compagnons de route de António Costa perceberam tarde os efeitos devastadores que a formação da Geringonça lhes causaria, conseguiram afastar a direita do poder baseados num logro que Mariana Mortágua agora despudoradamente assume: “Aquilo que raramente o governo assume é que tudo o que é gasto na Função Pública retorna ao Estado na forma de impostos.”  Mas não foi sempre assim, Mariana?

Previsivelmente, o PSD terá um novo protagonista para disputar o poder a António Costa em 2023, Paulo Rangel soube esperar a sua oportunidade, não se desgastou como, por exemplo, Luís Montenegro fez, e colheu agora os frutos da sua espera. O que se pede à direita é que saiba interpretar o sentimento de mudança do povo português. Em 2023 começamos de novo.

 

 


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