Montijo

Covid-19 marcou reunião camarária no Montijo

A reunião camarária do Montijo, com acesso à comunicação social via online, iniciou-se esta semana com uma declaração do presidente Nuno Canta, sobre a saúde pública e o ambiente no panorama do covid-19 e dando a informação da conclusão da obra da ETAR de Canha.

“Finalmente teremos o tratamento devido dos efluentes do Montijo e do antigo povoamento de Canha, que durante muitos anos foram lançados para a ribeira de Canha, transformando-a num problema de saúde pública. Ao fim de 46 anos a obra foi concluída, com a qual todos nos devemos congratular, mas também responsabilizar pelo tempo que levou a ser feita” obra que foi enaltecida pelos vereadores da CDU Carlos Almeida e do PSD/CDS-PP João Afonso.

O presidente destacou também o “espírito cívico dos montijenses durante o confinamento” e solicitou o mesmo” sentido de responsabilidade” após o fim do estado de emergência e referiu ainda algumas das medidas aplicadas pela autarquia “para ajudar os cidadãos, famílias e micro-empresas que estão mais vulneráveis”.

Outra informação prestada foi acerca da reunião que o executivo manteve com os lares públicos “nos quais já foram realizados testes de covid-19, os quais revelaram que até ao momento não existem infectados. Na próxima semana, no âmbito de um programa nacional, os testes vão ser alargados a lares privados o que nos irá permitir uma ‘radiografia’ a este sector”.

Sobre os números de casos “continuam baixos, a maior parte importados, e sem cadeias activas. Tivemos ainda casos de confinamento obrigatório que não foi cumprido e criou alguma conflitualidade com as autoridades policiais, mas que estão controladas. A nossa situação está perfeitamente controlada e dizer ainda que os 44 casos que surgem no relatório da DGS, trata-se do número cumulativo desde Março.”

Regresso a uma ‘normalidade anormal’

A vereadora Maria Clara Silva (PS) na declaração sobre o ‘regresso à normalidade anormal’ referiu que a Câmara Municipal irá reabrir os serviços ao público a partir de 4 de Maio, “cumprindo as devidas medidas de proteção, com o regresso dos trabalhadores que estavam em teletrabalho, mas com horários desfasados para cumprimento das normas de segurança” e indicou ainda que as escolas secundárias do concelho vão ser alvo de ações de desinfeção por parte de elementos das Forças Armadas.

Nuno Canta acrescentou que “iremos salvaguardar o acesso aos serviços públicos com as máscaras e as proteções em acrílico, mas iremos ainda implementar outras medidas como salas com horários duplos, reuniões com um gabinete de crise, para percebermos o que cada um pensa para que possamos abrir tranquilamente os serviços ao público”.

O vereador Ricardo Bernardes (PS) reforçou a informação sobre o programa de realização de testes de covid-19 às equipas de trabalho em lares acompanhado por equipas multidisciplinares e cujos resultados não serão públicos, e informou ainda que “a autarquia está a fornecer 350 refeições quentes a famílias do concelho, o que já nos dá uma ideia dos problemas financeiros que se fazem sentir”.

A vereadora Sara Ferreira explicou o processo de candidatura do Montijo ao concurso «7 Maravilhas de Portugal» com a Festa de Nossa Senhora da Atalaia, conforme o Diário do Distrito noticiou, e ainda o desafio aos montijenses para celebrar o Dia Mundial da Dança.

 Suspensão de carreiras da TST

O vereador Carlos Almeida levantou a questão do corte das carreiras entre a margem sul e Lisboa pelos TST, “e perante a retoma de muitas pessoas ao local de trabalho a partir de 4 de Maio, vão confrontar-se com a falta de transportes para a capital e por isso solicito ao presidente que desenvolva o necessário para chamar a atenção à empresa e à AML deste facto.”

Em resposta Nuno Canta frisou que “essa é uma preocupação que já manifestámos na última reunião de câmara e foi transmitido ao primeiro secretário da AML, em como as carreiras têm de ser retomadas, sendo que serão também emitidas orientações sobre as medidas de segurança que vão passar a ser obrigatórias nos transportes públicos.

A posição da Câmara Municipal em relação à reposição das carreiras que foram suspensas é intransigente junto da AML porque estas foram retiradas por uma decisão unilateral da TST, e iremos continuar a acompanhar com total empenho esta situação.

A empresa estará em layoff até 8 de Maio, mas se for decretado um estado de calamidade, poderá ser aplicada uma requisição civil para garantir os transportes.”

Entre outras questões, o vereador comunista congratulou-se com a candidatura da Festa Grande e frisou a necessidade de uma candidatura “também como Património Imaterial da Humanidade” que a vereadora Sara Ferreira garantiu estar a ser preparada, e deixou ainda uma saudação ao 1.º de Maio e os problemas que a pandemia de covid-19 causou aos trabalhadores, aprovada por unanimidade.

Estudos estatísticos e distribuição de máscaras

O vereador João Afonso apresentou um conjunto de medidas que considera poderem ser aplicadas pela Câmara Municipal, entre elas “a necessidade de compra de centenas de milhares de máscaras, porque a retoma à normalidade vai exigir o uso massivo destas com distribuição à população e ao comércio local; a realização de testes à população; a promoção do comércio local; a criação de uma linha de apoio de informação jurídica para pequenos empresários; uma linha de apoio à empregabilidade e uma linha de apoio ao sénior com mais de 65 anos”.

João Afonso propôs ainda “a criação de um programa técnico de estudos estatísticos relativamente aos efeitos da pandemia com dados sobre os sectores em que se perderam se perderam postos de trabalho, quantas empresas encerraram e quantas se adaptaram, porque os efeitos do covid 19 se irão manter por muitos meses e não estamos livres de daqui a uns tempos vir a enfrentar uma situação análoga.”

Sobre isto Nuno Canta respondeu que “algumas medidas de promoção do comércio estão já a ser debatidas com a Associação de Comércio da Baixa. Sobre as linhas de apoio, já temos uma gratuita para idosos e estávamos a pensar numa linha para empresas. Já quanto à linha de apoio jurídico será mais complicado porque isso teria de envolver advogados que não podem trabalhar sempre de forma gratuita.”

Já acerca os estudos o presidente concordou com a proposta, “e já temos alguns pedidos por parte de universidades que estão a realizar estudos sobre os efeitos da pandemia. Podemos pensar em procurar uma universidade para realizar uma avaliação concreta sobre os efeitos da pandemia.”

Menos concordância obteve da parte do presidente a proposta de distribuição de máscaras “porque onde estas foram entregues gratuitamente, houve um grande desperdício. Há que ter cuidado com a forma de distribuição, que da parte da autarquia já ocorreu, junto dos comerciantes do mercado municipal e aos munícipes que ali vão, a par com gel desinfectante.

Numa primeira fase, em que houve maior dificuldade, comprámos alguns milhares de máscaras que foram distribuídas aos bombeiros, PSP, misericórdias, centros de saúde e hospital.

Este é ainda um recurso escasso, com o qual temos de ter cuidado, até o mercado estar preparado para fornecer sem restrições e a um preço mais acessível para todos, embora no Montijo já tenhamos algumas costureiras séniores a confecionar máscaras comunitárias.”

Na reunião foi ainda aprovado por unanimidade um conjunto de propostas, entre elas uma de apoio extraordinários no valor de 33 mil euros a 28 associações desportivas e culturais do concelho do Montijo, no âmbito das medidas de estímulo económico no âmbito da pandemia de covid-19, com declaração de voto de João Afonso, a solicitar a apresentação das contas das entidades beneficiadas.

Outra proposta aprovada por unanimidade foi o cancelamento das Festas Populares de S. Pedro em 2020, como o Diário do Distrito já havia noticiado, “tendo em conta as orientações da DGS, e porque há poucas condições para as manter, além dos riscos para a saúde que podiam representar” referiu Nuno Canta, considerando que “esta é uma proposta que apresento com muita tristeza, por serem umas festas que tanto nos dizem, mas que tem de ser colocada pela primeira vez em cinquenta anos, e que surge depois da reunião com as associações que organizam a festa, nenhuma das quais se opôs.

Também da parte da paróquia e da Diocese nos informaram de que, mesmo que as festas decorressem, as tradicionais procissões não teriam lugar.”


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