MontijoReportagem

Batatas, cebolas e ‘marmelada’ na reunião camarária do Montijo

Nuno Canta iniciou a reunião camarária do Montijo desta semana, realizada através de videoconferência e esta sexta-feira, em virtude de ter sido feriado na quarta-feira, com um balanço sobre a situação no concelho e as medidas municipais de apoio às família e empresários em situação vulnerável, num investimento de mais de um milhão de euros.

“Tudo isto exige um enorme esforço financeiro da Câmara Municipal para prevenir o avanço da doença e para apoiar o retomar da economia” referiu o presidente, relembrando ainda que “continuamos no desconfinamento com muitos desafios, devido às muitas incertezas que se colocam sobre o contágio e os focos em concelhos da AML, e aqui do distrito, como Almada e Seixal, o que requer uma atenção redobrada”.

Nuno Canta deixou ainda um apelo “às populações para que se continue a desconfinar em segurança e seguindo todas as regras da DGS”.

Outra informação prestada foi a inauguração da Creche ‘O Saltitão’ que teve lugar no dia 28 de Maio, com novas instalações no Bairro do Mouco, numa obra apoiada pelo Programa 2020.

Na sua intervenção, a vereadora Maria Clara Silva (PS) questionou o vereador João Afonso (PSD-CDS/PP) sobre afirmações deste “nos vídeos que faz acerca de terem sido atribuídos perdões de dívida nas facturas de água em bairros sociais, “o que é mentira, porque a única medida que a Câmara Municipal tomou foi não efectuar cortes durante o período de pandemia”, instando este a dizer “em que reuniões isso foi aprovado e onde estão as actas”-

João Afonso remeteu respostas “para a próxima reunião, porque vou reunir dados e se não tiver razão, darei a mão à palmatória, de outra forma irei desmascarar a ‘marmelada’ que existe nos serviços da Câmara”.

Nuno Canta acusou o vereador de que “a ‘marmelada’ existe na sua cabeça e agora os montijenses exigem um pedido de desculpa do senhor vereador.

Nos 22 anos que tenho de reuniões de Câmara nunca tivemos um vereador que trouxesse aqui tantas mentiras.”

Na sua intervenção o vereador Ricardo Bernardes referiu que «a 29 de Maio foram feitos 32 testes de despistagem às corporações de Bombeiros de Montijo e Canha, financiados pela Câmara Municipal, e todos resultaram negativos».

O vereador referiu ainda as reuniões que os municípios têm tido com a administração dos TST e AML no sentido de reposição das carreiras retiradas durante o estado de emergência, e acusou ainda “os populistas que acusam a Câmara Municipal do Montijo de ser responsável por não lutar por essa reposição”, explicando depois o processo que leva os municípios a financiar a empresa.

Ainda sem a presença do vereador Carlos Almeida (PCP) por motivos de saúde, foi a vereadora Ana Baliza a apresentar uma declaração política, e uma queixa de um munícipe sobre um terreno privado com mato e canavial, bem como cabos rebaixados que podem causar acidentes.

A vereadora comunista apresentou depois uma proposta da CDU para apoio a nível nacional e regional aos meios de comunicação social, criticando os apoios governamentais aos grupos de comunicação social nacionais nos moldes como estão a ser feitos.

O vereador João Afonso queixou-se da falta de entrega dos documentos para as reuniões “atempadamente e com pelo menos com 48 horas para os podermos analisar”.

A ‘lógica da batata e da cebola’

O tema da produção de batata e cebola foi introduzido pelo vereador social-democrata, deixando alguns contributos para “desenvolver o concelho e também defender os produtores, a riqueza e a produção de emprego, com intervenção junto das grandes superfícies que controlam cerca de 80% das vendas, que compram a um preço e vendem mais caro, e no caso da batata a diferença chega a ser de um euro”.

João Afonso defendeu também que “o município devia ter uma atitude proactiva junto do Governo e da opinião pública na defesa da produção municipal e na relação da Autoridade da Concorrência” e destacou depois a “variedade uma variedade de cebola única no país e está a desaparecer, porque apesar de ter uma excelente qualidade não permite muito manuseamento com maquinaria e por isso é menos lucrativa.

Este é um património biológico agrícola muito importante das zonas de Montijo e Alcochete que deviam ter uma atitude mais proactiva na sua promoção.

O Montijo está a perder a corrida para a zona Oeste na produção da batata e devia ser criada uma imagem do Montijo como centro de produção destes produtos, com a criação de uma entidade que promovesse economicamente o concelho numa relação entre as associações de empresários, o governo, e a AISET.”

Nuno Canta respondeu que “aquilo que aqui traz não tem a ver com as competências municipais e tenho dito isto várias vezes, mas o vereador faz ouvidos de mercador, porque tem esta forma mentirosa e populista de intervir nas reuniões com assuntos que estão resolvidos. Acha que nunca pensámos nisto? Todas as questões que levantou estão em andamento.

Temos investimentos de horticultura e floricultura, até uma das áreas de maior dimensão de floricultura do país, e a vitivinicultura da Cooperativa de Pegões é das mais medalhadas e reconhecida internacionalmente.

Ao contrário do que disse, estamos a transportar uma série de culturas frutícolas em Pegões, que são maiores do que no Oeste, e ignora ainda a grande relevância agrícola do Montijo comparado com todos os municípios da área de Lisboa.

E no caso da cebola que falou, está até protegida a nível nacional e temos larga produção no concelho e em Alcochete.”

Na reunião, entre outras propostas, foi também aprovado o documento de Prestação de Contas Consolidada de 2019 com os votos favoráveis do PS, as abstenções da CDU e o voto contra do PSD.


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