Bastonário da OM apela a ministra para maior apoio aos filhos dos profissionais
O ministério da Saúde vai acautelar as situações de crianças cujos dois progenitores trabalhem na área da saúde, forças e segurança, em resposta ao surto do novo coronavírus, através do Decreto-Lei n.º 10-A/2020.
Este prevê a abertura de escolas para filhos de profissionais de saúde, das forças e serviços de segurança e de socorro, incluindo os bombeiros voluntários, e das forças armadas, entre outros, estipulando que, quando os dois elementos do casal pertencem a estas profissões, são obrigados a trabalhar e a deixar os filhos nos estabelecimentos.
O bastonário da Ordem dos Médicos escreveu à ministra da Saúde, alertando para os efeitos nefastos que esta medida pode ter, ao obrigar a que nenhum elemento do casal possa ficar com os filhos se estiverem entre as profissões citadas e a tutela já garantiu que vai rever o decreto, segundo um comunicado deste organismo.
«Esta legislação, apesar de numa primeira leitura conduzir a uma conclusão bondosa, coloca em risco toda a estrutura familiar, tem também um impacto psicológico e logístico negativo muito forte nos casais obrigados a trabalhar e que cumprem, por vezes, turnos de 12 a 24 horas» refere o bastonário da OM, Miguel Guimarães.
Defende este que «um dos pais trabalhe a tempo inteiro e que o outro possa trabalhar parcialmente ou ficar agora em casa e voltar ao serviço mais tarde, minimizando ainda a possibilidade de os dois elementos do casal adoecerem».
Destacando o esforço que que profissionais de saúde ao serviço da causa pública no combate à pandemia, indica que «muitos médicos já estão a adiar as férias previstas para os próximos meses», mas ainda assim irá escrever «uma carta a todos os colegas, no sentido de apelar a que todos adiem as férias, pelo menos até Junho, em nome de Portugal e dos portugueses».
A homenagem que os portugueses prestaram na noite de sábado também é referida por Miguel Guimarães, que agradeceu aos cidadãos «pela solidariedade que têm manifestado para com os profissionais. Como médico fiquei emocionado com a bonita homenagem pública que fizeram aos profissionais de saúde. Contem com a Ordem dos Médicos e com os médicos para os tempos difíceis que continuaremos a viver.»
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