Opinião

AUTÁRQUICAS – A VERDADE DA MENTIRA!

Uma crónica de Bruno Fialho.

Lembra-se do livro escrito por Gonçalo Amaral sobre a investigação do desaparecimento de Madeleine McCann, “Maddie – a Verdade da Mentira”?

Fazendo uma pequena analogia com o título desse livro, considero que a grande maioria das Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais de Portugal também mereciam uma investigação profunda ao desaparecimento que impõem a si mesmo durante os primeiros 3 anos do seu mandato, para que, no último ano, comecem com as obras que podiam ter realizado durante os anos anteriores.

Mas, o pior não é este iluminismo bacoco, que é feito à vista desarmada e sem grandes preocupações em esconder a verdade, o pior é o povo continuar a deixar subjugar-se aos interesses partidários e permitir que políticos incapazes  continuem a administrar os dinheiros públicos. 

E, na maioria dos casos, o mais absurdo é que são políticos que não seriam escolhidos para trabalhos onde nem sequer é necessário ter qualificações.

Assim, sendo este ano o último do mandato autárquico, como sempre, será o ano em que os autarcas vão realizar ou, pelo menos, iniciar aquelas obras que depois fazem ganhar eleições e conseguir com que os munícipes esqueçam o pouco ou nenhum trabalho que foi feito ao logo dos tempos.

Depois, os munícipes terão mais 3 anos para se queixar e volta tudo outra vez.

Trabalho de fundo apenas há em poucas autarquias, as restantes vivem à custa dos interesses de grandes empresas nacionais e internacionais, porque o trabalho feito pelos autarcas é uma miragem.

Por exemplo, se quer estradas ou caminhos decentes no seu bairro, basta conceder licença a um hipermercado e a Junta ou Câmara já nem com isso têm de se preocupar.

Penso que os portugueses devem de ser o povo mais masoquista do mundo, falam mal dos Presidentes da Junta ou da Câmara, vêem que nada é feito e que as necessidades dos residentes não são satisfeitas, mas basta haver umas obras que voltam de imediato a acreditar que afinal os “maus” estão a fazer um bom trabalho.

Pergunto ao leitor o seguinte: Se você contratar alguém para trabalhar durante 4 anos na sua empresa, que na verdade é o que são as Juntas de Freguesia e as Câmaras Municipais, pois ambas são nossas “empresas” e não dos políticos que se arrogam donos disto tudo, caso esse trabalhador nada fizer durante 3 anos e realizar apenas algum trabalho no último ano de contrato, você irá renovar o contrato de trabalho ou será que tinha-o despedido logo após os primeiros três meses em que ele nada fez?

Então, porque não tem a mesma atitude para com os políticos da nossa praça?

Pensando bem, talvez fosse melhor haver eleições autárquicas de ano a ano, mas talvez o que aconteceria era que nos primeiros dez meses nada seria feito…

Perante isto, peço-lhe que faça um exercício de memória e pense em todas as obras e situações que a sua Junta ou Câmara já devia ter realizado, mas que ainda não saíram do papel.

Agora, observe toda as obras que vão ter início este ano até às eleições autárquicas e maravilhe-se com o espetáculo de ilusionismo que os autarcas deste país conseguem montar de 4 em 4 anos.

Após desmascarar os ilusionistas charlatões do povo, será que você vai continuar a deixar que incapazes continuem a administrar o dinheiro público, que por acaso também é seu?

E perante este espetáculo dos autarcas portugueses, que já está em cena há mais anos do que o Fantasma da Opera na Broadway, também questiono se você vai continuar a aceitar passivamente ter de pagar IMI e outros impostos absurdos, sem ver ou ter um verdadeiro retorno?

Se quem se abstém nas eleições, ou seja, que é a maioria dos portugueses descontentes, efectivamente quisesse fazer algo de diferente, iria votar noutros quaisquer candidatos ou candidatava-se e mudava o tabuleiro do poder, para mostrar que quem manda mesmo são os cidadãos e não os partidos e políticos profissionais.

Todavia, se preferir ficar em casa e não ir votar ou arregaçar as mangas e participar activamente nas próximas eleições autárquicas, irá continuar a ter um espetáculo de ilusionismo de 4 em 4 anos, sem ter direito ao que os cidadãos dos países civilizados no resto da Europa têm, ou seja, a autarcas que querem fazer o melhor pelas pessoas e que não roubam o país.


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