Justiça

Amadora | Juíza obriga agressor a jantar e a ir ao teatro com vítima de violência doméstica

Uma juíza do Tribunal da Amadora solicitou a suspensão provisória de um processo de violência doméstica e impôs ao alegado agressor um prazo de cinco meses para que leve a vítima a jantar fora e a um “passeio lúdico”, sugerindo idas ao teatro de revista ou a concertos. “Podes ser violento à vontade, pagas um jantar e umas flores e está resolvido”, disse a juíza ao agressor.

A notícia foi avançada sexta-feira pelo Correio da Manhã mas ainda faz correr tinta. “Isto é tudo o que nós não queremos que aconteça quando recorremos a instituições que nos deveriam proteger”, afirmou esta quarta-feira a psicóloga Catarina Lucas à CNN Portugal, sublinhando que esta decisão “gera o sentimento de impotência de descrença”. “A pessoa coloca-se em causa, questiona-se sobre se está a fazer o que é certo. As vítimas muitas vezes já têm sentimentos de culpa e isto pode reforçar estas crenças erradas”.

Daniel Cotrim, psicólogo assessor técnico da direcção da APAV desde 2001, lamenta que este tipo de situações não seja inédito em Portugal, apesar de reconhecer que “tem havido, nos últimos três, quatro anos, uma maior atenção naquilo que são as denúncias e os direitos das vítimas e, sobretudo, o respeito por aquilo que dizem e relatam”.


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