Cultura

Abrunhosa quer posicionamento do Governo após ‘comentário’ da embaixada russa pelo ‘Putin Vai-te Fo***’

O músico Pedro Abrunhosa e a agência que o representa, Sons em Trânsito, querem «um posicionamento do Governo português em relação à intimidação» que o artista diz ter sofrido por parte da Embaixada da Rússia em Portugal.

«Compreendemos que a Embaixada da Rússia não entenda facilmente o significado de liberdade de expressão, mas não deixa de ser inédito e muito preocupante que um cidadão português, em Portugal, seja assim intimidado por uma representação diplomática estrangeira», lê-se num comunicado divulgado esta sexta-feira pela agência e produtora de espetáculos Sons em Trânsito.

Em causa está a actuação de Pedro Abrunhosa no festival AgitÁgueda, a 2 de julho, em que adaptou a canção ‘Talvez F***’, para condenar a invasão da Rússia à Ucrânia e convidou mesmo o público a repetir com ele, e o coro, a expressão ‘go fuck yourself’ depois de mencionar o nome do presidente russo, bem como alguns aspectos relacionados com a invasão da Ucrânia.

E no final terminou com um: ‘É Águeda que manda, Vladimir. Go fuck yourself’.

No dia 20 de julho, a Embaixada da Federação Russa na República Portuguesa publicou no seu ‘site’, um ‘comentário’ sobre ‘as declarações inaceitáveis do cantor Pedro Abrunhosa’ nesse espectáculo.

«A Embaixada tem recebido cartas dos compatriotas russos zangados que afirmam estar chocados pelo comportamento dum dos famosos cantores portugueses Pedro Abrunhosa. Durante o concerto no festival “AgitÁgueda 2022”, a 2 de julho de 2022, ele se permitiu dizer várias coisas grosseiras e inaceitáveis sobre os cidadãos da Federação da Rússia, bem como os seus mais altos dirigentes.

Além disso, Pedro Abrunhosa incentivava em êxtase os espectadores, entre os quais os russos que também pagaram os bilhetes, que repetissem o que estava a gritar, tendo no final expressado o desejo que as palavras dele fossem ouvidas em Moscovo.

Senhor Abrunhosa não deve ter dúvidas: as suas palavras, indignas do homem de cultura que ainda por cima representa o país, que está a se manifestar abertamente contra qualquer tipo de ódio e discriminação, foram ouvidas. As respetivas conclusões serão tiradas.

Gostaríamos ainda de relembrar a senhor Abrunhosa que os seus gritos vergonhosos se enquadram em mais de que um artigo da legislação penal portuguesa, sendo que neste contexto informámos através dos canais diplomáticos os órgãos competentes de aplicação da lei.

A Embaixada da Rússia continua a vigiar os interesses dos cidadãos russos residentes em Portugal, e nenhumas provocações ignóbeis contra eles ficarão sem resposta.»

Pedro Abrunhosa e a Sons em Trânsito consideram que a embaixada quis dizer que a voz do artista “se ouviu nos corredores do poder russo e que as autoridades daquele país ficarão atentas às atividades do músico”.

Perante este ‘comentário’ o artista e a empresa que o representa consideram que «também as vozes das crianças, das mulheres e dos cidadãos ucranianos e russos mortos nesta guerra injustificável se fazem ouvir em todo o mundo, e compete aos cidadãos, mormente aos artistas, fazer com que a barbárie não caia na normalização». Pedro Abrunhosa, que deseja «a obtenção da Paz o mais rapidamente possível para o povo ucraniano e o povo russo», garante que irá continuar «a utilizar a sua voz e a sua visibilidade para esse fim, ou para outras causas que lhe pareçam justas, sempre que assim o entender


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