Opinião

A circulação automóvel em Montijo … que futuro ?!

Uma crónica de Virgilio Oliveira

O aumento , do uso do automóvel e por conseguinte do próprio parque auto, está já a causar congestionamentos, em algumas das artérias da cidade , principalmente porque cerca de 60% das pessoas o utiliza , e cada vez mais, para as suas mais variadas deslocação , nomeadamente entre a residência e o local de trabalho e nas idas ao comércio e/ou serviços , entre outras .

Talvez isto se justifique porque quer os Transportes Fluviais, com inúmeros problemas, quer os Transportes Públicos e Urbanos em Montijo e mesmo os de Longo Curso, não têm sido uma alternativa, face às suas insuficiências, que são diversas, mesmo com a novel Carris Metropolitana, que teima em não acertar o passo . Há ainda a registar os “ traçados “ despropositados “ – indefinidos – quer os horários irregulares e de incompatibilidade quer as constantes alterações , algumas mesmo desconhecidas dos utentes !

Perante este cenário, na cidade de Montijo, surgem já alguns problemas de difícil solução . Devemos considerar de especial relevância , para a cidade, o seguinte :

– Mantém-se , apesar de algumas alterações já ocorridas , ainda o carácter obsoleto de grande parte dos Transportes Públicos e Urbanos Rodoviários e Longo Curso de passageiros, que em Montijo é pouco significativo .

– Algumas das vias do interior urbano são já utilizadas por muitas pessoas, diariamente, para se deslocarem para os empregos , para as escolas , para o comércio e/ou serviços estando , algumas , a ficar já “saturadas”.

– Alguns dos eixos da rede viária urbana , como por exemplo as Ruas Serpa Pinto, Bulhão Pato , João Pedro Iça e Gago Coutinho, entre outros ( curtos e longos ) , estão já a ficar desadequados a algum do tráfego local , entre outros que potenciam confrontos que causam alguma insegurança na circulação , e põem em risco os peões, além dos congestionamentos em outros pontos da cidade , fundamentalmente nos “ramais” rodoviários devidamente identificados .

A Rua José Joaquim Marques é sem dúvida alguma o fiel da balança da anarquia rodoviária que no Montijo se instalou , pela falta de fiscalização e, a sua estrutura é já ela própria um verdadeiro obstáculo ao desenvolvimento sustentado de uma plataforma segura quer para condutores quer para peões e, onde os índices de mobilidade estão já abaixo dos 50% , o que não deixa de ser grave .

Sobre a gestão da circulação automóvel citadina, algumas medidas terão obrigatoriamente de vir a ser implementadas , num curto espaço de tempo, por em grande parte,  poderem vir a solucionar, fundamentalmente o problema do tráfego urbano .

As duas principais alterações para resolver grande parte dos problemas de tráfego rodoviário inerentes à cidade de Montijo , serão sem dúvida :

-1) Uma nova saída da Ponte Vasco da Gama , com um desvio da A12 antes de se chegar à A33 , para entrar na Circular Externa , via Rua Antero de Quental para acessos privilegiados e rápidos ao Montijo .
-2) A conclusão da Variante da Atalaiaentre o nó do Passil e o nó de acesso à A33 , pela vital importância desta acessibilidade , para a cidade de Montijo ,por acomodar grande parte do tráfego Sul .

Depois teremos ainda que considerar a necessidade das seguintes alterações :

a) O desenvolvimento da frequência, comodidade e eficácia dos Transportes Públicos e Urbanos , sendo agora a altura ideal para o efeito face à mudança do operador dos transportes .

b) O transporte multimodal, que no Seixalinho, único ponto de referência, é por vezes desconexado , devia ser mais dinâmico , também aqui a considerar o novo operador .

c) A semaforização do cruzamento ( atípico ) da Avenida dos Pescadores com a Avenida Luís de Camões e a Praça Gomes Freire de Andrade .

d) A criação de linhas directas dos Transportes Públicos e Urbanos, o que os tornaria mais rápidos, assim como a utilização de mini-autocarros urbanos, que só será possível com características muito próprias .

e) A incentivação à utilização das vias rápidas para destinos pré-definidos – Circulares Externas – que evitariam muito do trânsito no centro da cidade.

f) Proibição controlada, da circulação automóvel, através de um eficaz Regulamento de Trânsito, da circulação automóvel em determinadas áreas centrais da cidade, desta forma “reservadas” aos peões.

g) A reestruturação da Rua José Joaquim Marques, que passaria pelo estreitamento da via e recurso a estacionamentos em alternância e Passagens para Peões com “encostos “ .

h) Uma nova redefinição dos acessos a veículos pesados em algumas das vias citadinas e possível implementação de um Parque de Pesados .

i) Limitação do tempo do estacionamento nas vias do interior urbano – núcleo citadino – através da reativação dos parquímetros.

j) Regulamentação das zonas Pedonais/Zonas de Coexistência , com aplicação de Zonas 20 .

m) Distribuição espacial das actividades terciárias e das áreas residenciais através dos planos de urbanização, com medidas de ordenamento do território citadino, que criem centros funcionais dispersos por várias zonas da cidade.

k) Implantação de uma via segregada , para viragem à direita , na Rotunda da “ Infal/Praça de Touros “ , no sentido da Circular para a Rua Joaquim de Almeida .

No entanto , também depende muito das pessoas criar cidades sustentáveis e uma mobilidade sustentável ao terem a capacidade de alterar os seus hábitos , fundamentalmente os de transporte.


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