Opinião

Mente sã em corpo são

2020 trouxe aos portugueses e ao mundo uma pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2 ou Covid-19. Governos inexperientes e, por vezes, até incompetentes, para enfrentarem uma crise sanitária, tomaram medidas preventivas para diminuir a propagação do vírus.

Algumas destas medidas foram a restrição à liberdade de circulação, a restrição ao acesso a serviços e produtos, o confinamento obrigatório, isolamento obrigatório, distanciamento social, recolher obrigatório, proibição de ajuntamentos e visitas a lares e hospitais condicionadas.

Se estas medidas foram as mais corretas ou não são tema para outra altura até, porque só será possível analisar todas as consequências socioeconómicas das mesmas daqui a uns anos.

No âmbito deste artigo, realço que todas estas medidas vieram agravar um tema que é muitas vezes ignorado: a saúde mental.

A saúde mental e a saúde física são duas vertentes fundamentais e indissociáveis da saúde. Tendo a pandemia revelado a clara incompetência do SNS no que toca ao tratamento da saúde física (milhares de consultas e cirurgias adiadas, cancros por detetar, médicos que se despedem alegando não conseguirem cumprir o seu juramento, etc..), a saúde mental ficou ainda mais para trás.

Segundo o INE, “Em 2021, 26,6% da população com 16 ou mais anos referiu o efeito negativo da pandemia covid-19 sobre a saúde mental”. De acordo com os dados do site, esta situação foi apontada por mais mulheres (30,2%) do que homens (22,4%) e em proporções bastante semelhantes na população menor de 65 anos (26,8%) e na população idosa (25,9%).

Os problemas de saúde mental mais frequentes são a ansiedade, depressão, dependência de álcool e outras drogas e perturbações psicóticas como, por exemplo, a esquizofrenia.

Para derrotarmos este bicho-papão é necessário, em primeiro lugar, desmistificar o conhecimento popular sobre o tema, visto que as pessoas afectadas são muitas vezes incompreendidas, estigmatizadas, excluídas ou marginalizadas, devido a falsos conceitos. Um dos grandes mitos é que as doenças mentais são menos frequentes e de menor importância comparando com as doenças físicas, o que não é verdade.

Estima-se que em cada 100 pessoas, 30 sofram, ou venham a sofrer em qualquer momento da vida, de problemas de saúde mental e que cerca de 12 tenham uma doença mental grave. O suicídio está entre as 20 principais causas de morte no mundo e é a 2ª principal causa de pessoas entre os 15 e os 29 anos, provocando mais mortes que a malária e o cancro da mama.

Em segundo lugar, é necessário investir nos cuidados desta área junto das escolas, creches, infantários, universidades e até mesmo nos postos de trabalho. Os principais objetivos devem ser a partilha de informação clara e correta sobre o assunto e a possibilidade de tratar e prevenir estes problemas o mais rápido possível e a um custo acessível.

Para concluir, gostava apenas de alertar ao leitor a importância deste tema e de deixar umas dicas para prevenir o aparecimento destas doenças mentais:

            -Evite isolar-se

            -Reforce os laços familiares e de amizade

            -Novas experiências

            -Pratique desporto e mantenha-se fisicamente activo

              – Evite o consumo excessivo de álcool e drogas

Não há saúde sem saúde mental!


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