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Zequinha, dos tempos em que gastava “5 a 6 mil euros em 12 dias” ao sonho de “levar o Vitória FC à 1ª liga”

Zequinha falou da sua carreira, dos bons e maus momentos que viveu, em entrevista ao Canal 11.

Zequinha é um dos jogadores mais influentes do plantel atual do Vitória FC. Formado no clube sadino, a sua carreira teve momento altos e baixo, que teve a oportunidade de contar em entrevista ao Canal 11.

Depois de anos de formação do Vitória FC, foi para FC Porto, com 16 anos, onde ganhava “quatro ou cinco vezes mais”, perdendo o ambiente de disciplina dos pais que estava habituado.

“Aqui [no Vitória] tinha regras. Os meu colegas saiam e eu às vezes queria ir com eles. A minha mãe às duas da manhã ia-me buscar na carrinha do peixe. Até tinha vergonha na altura, mas é a realidade. Quando cheguei ao Porto tinha tudo. A primeira coisa que me disseram foi: queres um apartamento ou ir para o centro de estágio? Disse apartamento.”.

No jogo de estreia nas camadas jovens dos dragões lesionou-se, uma rotura de ligamentos obrigou-o a parar 7 meses, onde “começou a noite. Todos os dias a gastar dinheiro, deixei os meus pais com depressão. Eu até hoje não consigo compreender como é que um jovem [na altura] da minha idade era capaz de gastar 5 a 6 mil euros em doze / treze dias”.

Sucederam-se vários empréstimos, onde nunca conseguiu regressar ao FC Porto, “a um clube que tinha apostado e dado tanta confiança no meu futebol”. A falta de auto-disciplina foi o factor crucial, “faltava a treinos, sair com amigos, bebia mais do que devia e chegava ao treino em circunstâncias que não eram as mais apropriadas para um jogador de futebol”.

O regresso a Setúbal dá-se com José Couceiro, o “meu pai do futebol”: “Perguntou-me se queria voltar ao meu clube, eu disse logo que vou na hora”. Passou por vários clubes, inclusive na Índia, mas “sempre voltei ao Vitória”.

A ligação ao pai era única, ligava-lhe sempre depois dos jogos. Em lágrimas, Zequinha lembrou o progenitor com carinho, “a gente falava sempre antes dos jogos e depois de cada jogo ligava-lhe para saber como é que ele estava e se tinha visto. No jogo que aconteceu o que aconteceu ao meu pai, eu não conseguia ligar. Eu estava na Grécia, jogo da Liga Europa, e o meu pai andava no bairro a contar ‘o meu filho vai jogar a Liga Europa’, não parava de falar, e o único que não consegui falar com ele, foi num dia em que aconteceu o que tinha de acontecer. Ele para mim é o meu ídolo, o meu orgulho”.

Acredita que o seu pai caminha a seu lado, “tenho dias em que parece que ele está perto de mim. Tenho sonhos com ele, que parece que está ao meu lado. Sinto que quando os jogos me estão a correr bem, eu penso que é ele que me está a dar força, que está a conseguir passar a força dele para mim. Ele está sempre comigo, eu falo com ele todos os dias interiormente em casa, falo com ele. Digo-lhe obrigado por tudo o que ele fez por mim e pela minha família”.

O sonho hoje passar por levar o Vitória FC, o seu clube do coração, à 1ª liga, “e se tiver ainda pernas para andar, tentar continuar e ajudar o clube e a nossa massa associativa que merecem bastante, e a nossa cidade”.


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