CulturaDistrito de Setúbal

Zeca Afonso completaria hoje 93 anos

Figura incontornável da música em Portugal, José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, nasceu a 2 de agosto de 1929, na freguesia de Glória, em Aveiro, e viria a falecer em Setúbal a 23 de fevereiro de 1987, onde tinha sido colocado como professor em 1967.

Cantor e compositor, conhecido pelo diminutivo de ‘Zeca Afonso’, embora nunca tenha utilizado esse nome artístico, foi uma das vozes da música de intervenção, cuja canção ’Grândola, Vila Morena’ foi utilizada pelo Movimento das Forças Armadas para confirmar que a Revolução do 25 de Abril estava em marcha.

Filho do juiz José Nepomuceno Afonso dos Santos, e da sua mulher, Maria das Dores Dantas Cerqueira, professora da instrução primária, era uma típica família burguesa da altura.

José Afonso viveu em Aveiro até aos três anos, numa casa do Largo das Cinco Bicas, com a tia Gé e o tio Chico, bem como com seu irmão João Cerqueira Afonso dos Santos (1927), futuro advogado, pai de dois dos seus sobrinhos (João Namora Afonso dos Santos, médico, e Mário Namora Afonso dos Santos, arquitecto).

Aos três anos iria para Angola com o pai, que ali tinha sido colocado como delegado do Procurador da República, em 1930, e onde nasceria, em Silva Porto, a sua irmã Maria Cerqueira Afonso dos Santos, mãe de seus sobrinhos, também músicos: João Afonso Lima e António Afonso Lima.

Regressado a Portugal, frequentou o Liceu Nacional D. João III e a Faculdade de Letras de Coimbra, e integrou o Orfeon Académico de Coimbra e a Tuna Académica da Universidade de Coimbra.

Contra a posição da família, casa com Maria Amália de Oliveira, uma costureira de origem humilde, de quem tem dois filhos, e continuou na vida associativa, fazendo viagens com o Orfeão Académico de Coimbra e com a Tuna Académica da Universidade de Coimbra, ao mesmo tempo que integra a equipa de futebol da Académica.

Entre 1962 e 1968 Zeca inicia o seu período musicalmente mais rico, criando as primeiras músicas de intervenção, altura em que conhece o guitarrista Rui Pato, jovem estudante de Medicina, com quem grava 49 temas e percorre todo o país em dezenas de espectáculos em colectividades operárias, associações de estudantes e cineclubes, usando a canção como arma contra a ditadura salazarista.

Em 1963 grava os primeiros temas de carácter vincadamente político, ‘Os Vampiros’ e ‘Menino do Bairro Negro’, inspirado na miséria do Bairro do Barredo, no Porto, que integravam o disco ‘Baladas de Coimbra’, que viria a ser proibido pela Censura.

Em Maio de 1964 José Afonso actua na Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, onde se inspira para fazer a canção ‘Grândola, Vila Morena’, que viria a integrar o disco ‘Cantigas do Maio’, editado em 1971.

Entre Abril e Maio de 1973 esteve detido no Forte-prisão de Caxias pela PIDE/DGS.

Os seus últimos espectáculos terão lugar nos coliseus de Lisboa e do Porto, em 1983, numa fase avançada da sua doença (esclerose lateral amiotrófica), ano em que lhe é atribuída a Ordem da Liberdade por Ramalho Eanes, mas o cantor recusa a distinção.

Em 1985 é editado o seu último álbum de originais, ‘Galinhas do Mato’ mas que devido ao seu estado de saúde, não conseguiu interpretar todas as músicas, acabando por ser completado por José Mário Branco, Sérgio Godinho, Júlio Pereira, Né Ladeiras, Helena Vieira, Fausto e Luís Represas, entre outros.

José Afonso viveu os seus últimos anos de vida em Vila Nogueira de Azeitão, com a sua companheira Zélia, e viria a falecer no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, tendo sido o funeral realizado no cemitério de Nossa Senhora da Piedade, um evento massivo, onde saíram à rua perto de vinte mil pessoas para prestar tributo póstumo a essa grande figura da música portuguesa.

Fonte: Wikipédia


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