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Zeca Afonso completaria hoje 92 anos de idade

Voz inesquecível e parte da História nacional, José Afonso, Zeca como era conhecido, completaria hoje 92 anos de idade.

José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos nasceu a 2 de agosto de 1929 na freguesia de Glória, Aveiro, e viria a falecer a 23 de fevereiro de 1987, aos 57 anos, vítima de esclerose lateral amiotrófica, no Hospital de Setúbal, tendo vivido os seus últimos anos de vida em Vila Nogueira de Azeitão.

O seu funeral, no cemitério de Nossa Senhora da Piedade, em Setúbal, foi um evento massivo, onde saíram à rua perto de vinte mil pessoas para prestar o seu tributo póstumo.

Iniciou a sua carreira musical no Orfeon Académico de Coimbra e a Tuna Académica da Universidade de Coimbra.

O seu primeiro disco, ‘Fados de Coimbra’ foi gravado em 1958, e participou em festas populares e canta em colectividades, lançando, em 1960, o seu quarto disco, Balada do Outono.

Entre 1962 a 1968 Zeca inicia o seu período musicalmente mais rico, criando as primeiras músicas de intervenção, e foi em 1963 que são editados os primeiros temas de carácter vincadamente político, Os Vampiros e Menino do Bairro Negro — o primeiro contra a opressão do capitalismo, o segundo, inspirado na miséria do Bairro do Barredo, no Porto.

Em Maio de 1964 José Afonso actuou na Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, onde se inspira para fazer a canção Grândola, Vila Morena.

Depois de residir em Moçambique, como professor, regressa a Portugal em 1967, e foi colocado a leccionar em Setúbal, onde ficou por pouco tempo, tendo sido expulso do ensino oficial, depois de um período de doença.

Para sobreviver, deu dar explicações e nesse mesmo ano foi preso pela PIDE, por ser um símbolo da resistência democrática e voltaria a ser preso pela PIDE entre Abril e Maio de 1973, ficando detido no Forte-prisão de Caxias.

Para que o seu nome não seja censurado, Zeca Afonso passa a ser tratado nos jornais pelo anagrama Esoj Osnofa.

Em 1971 edita Cantigas do Maio, no qual surge Grândola, Vila Morena, que acaba por interpretar pela primeira vez num concerto celebrado a 10 de Maio de 1972 na residência universitária Burgo das Nações, hoje Auditório da Galiza, em Santiago de Compostela.

Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, realizou várias sessões de apoio a diversos movimentos, em Portugal e no estrangeiro, apoiando a campanha presidencial de Otelo Saraiva de Carvalho em 1976.

Os seus últimos espectáculos terão lugar nos coliseus de Lisboa e do Porto, em 1983, numa fase avançada da sua doença. No final desse mesmo ano é-lhe atribuída a Ordem da Liberdade por Ramalho Eanes, mas o cantor recusou a distinção.

Do mesmo modo, a sua família recusou, em 2018, que os seus restos mortais fossem trasladados para o Panteão Nacional.


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