Opinião

Voto, a arma em Democracia!

Uma crónica de Diogo Reis.

Desde pequeno que ouvia as minhas avós e os meus pais a falar da festa da Democracia. Em todos os actos eleitorais, por serem ao Domingo, acordávamos, vestíamos o melhor traje, íamos à Missa e depois lá acompanhava a minha avó materna e os meus pais até à Assembleia de voto. Votar mais que um direito aqui por casa sempre foi um dever. A minha família não é muito dada à politica, mas nunca falharam o acto eleitoral. E sempre me disseram que não votar é permitir que outros decidam por nós e isso é o mesmo que nos anularmos em Democracia.

No próximo Domingo, 24 de Janeiro, Portugal vai a votos. E vamos eleger o mais alto cargo da Nação. Ao contrário de outros países, Portugal, não tem um sistema Presidencialista. E por isso as funções do maior Magistrado da Nação passa muito pela palavra, pela mensagem. Pelo mensageiro da voz do povo que tanto quanto possa, procurará ser.

Neste acto eleitoral, temos seis candidatos, um figurante e um erro administrativo. Se não fosse sério, seria para rir. A começar pelo erro administrativo, temos um candidato que reuniu 11 das 7500 assinaturas necessárias e aparecerá no boletim de voto. Independentemente das razões, não faz sentido absolutamente nenhum estar no boletim de voto um cidadão que não reúne as condições para estar lá.

Depois temos o figurante, o Presidente e candidato, Marcelo Rebelo de Sousa. Chamo-lhe figurante porque não demonstrou ter o mínimo de respeito pelo acto eleitoral, não apresentou programa eleitoral, dispensou os tempos de antena nas televisões e nas rádios e não cancelou as ações de campanha programadas. Não há, no meu entender maior desrespeito aos cidadãos, aos profissionais de saúde e à Democracia.

Dos restantes seis candidatos, apenas um, Vitorino Silva, demonstrou respeitar a Democracia e os cidadãos portugueses. Foi o único que até ao momento em que escrevo este texto cancelou toda a agenda de campanha eleitoral e está na sua casa a trabalhar através das plataformas digitais.

E, numa altura, em que o digital tem tanta importância e atravessamos o pior momento das nossas vidas em termos de saúde pública, não seria de todos os candidatos assumirem as mesmas preocupações e terem optado pelo mesmo método?

Já para não falar que foi o único candidato que aquando da apresentação da sua candidatura em Setembro de 2020 pediu o adiamento das eleições presidenciais para depois de Março.

Se não houvesse mais razões para votar no candidato Vitorino Silva, estavam aqui razões suficientes para votar nele. Mas há mais. Vitorino Silva, é aquilo que a meu entender deve ser o Mensageiro Maior da Nação.

Vitorino Silva, é a voz dos que trabalham, dos que acordam madrugada para que não falte o pão em casa, é a voz dos empresários que não têm impérios e que já não sabem o que fazer perante a pandemia, é a voz dos que vivem e trabalham do campo, é a voz do povo, o homem e mulher sérios, humildes e de trabalho que todos os dias anseiam um amanhã melhor. Mas é também a voz dos jovens, dos que como eu, estudam, crescem a sonhar com o futuro e que, quando acabam o seu curso, ou tentam acabá-lo, sabem que o amanhã que os espera é 600€ de ordenado, viver na casa dos pais e uma vida sem horizontes. E isto não é o futuro que eu quero. Isto não é o país que quero.

Bem sei que, não cabe ao Presidente da República, tomar decisões para mudar isto, é competência legislativa, mas também sei que a magistratura de influências é uma das suas funções e, obviamente, tenho neste candidato a esperança a que a exerça para mudar o meu futuro, o dos jovens como eu, o dos idosos abandonados e com uma mísera reforma e dos que todos os dias se levantam madrugada dentro à espera de uma vida melhor. E com estes ditos do sistema e todos os que se apresentam, já vimos o que nos espera. Por tudo isto, apelo a que no dia 24 de Janeiro, no próximo Domingo, o voto de descontentamento, de protesto moderado, de esperança e de confiança, seja no Vitorino Silva.

Termino como comecei, a falar da festa da Democracia e por isso, apelo a que todos os que estejam doentes, respeitem as normas da DGS e fiquem em casa, não saiam para votar. E em nome desta Democracia doente que não foi capaz de introduzir por exemplo, o voto eletrónico, peço desculpa. Mas a todos os que estão cansados deste sistema, a todos os que não estão doentes, a todos os que estão revoltados com tudo o que se está a passar, mas que não querem cair nos extremismos e defendem a Democracia, votem. Seja no meu candidato ou noutro, mas votem. Custou tanto a muitos para que hoje possamos simplesmente desperdiçar esta oportunidade. Pois o voto, é a única arma em Democracia. Por mim, por ti, por si, por nós, votem! Viva a Democracia!


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