Opinião

Vale tudo para os Anti-Touradas?

Uma crónica de Bruno Fialho.

Começo este artigo por afirmar que não concordei que se tivesse promovido uma homenagem ao cavaleiro João Moura, que foi constituído arguido, em 2020, por suspeita de maltratar cães.

Também não aceito que invoquem a “presunção de inocência” para este e outros casos, pois quando os indícios são tão grandes (quase certezas absolutas), é ofensivo dizer que se tem de esperar pela justiça para se poder condenar alguém, para mais, com a justiça que (não) existe em Portugal.

No mesmo sentido, pergunto: quem foi a favor de se retirarem as condecorações ao Joe Berardo e afirmar que ele é um “gatuno”, mesmo sem ter existido uma condenação judicial transitada em julgado? Penso que qualquer pessoa de bom-senso…

Todavia, afirmo que não sou contra as touradas, gosto de ver os forcados a pegar um toiro e deliciar-me com a investidura do toiro contra eles e a luta corpo-a-corpo, mas confesso que não gosto do toureiro a cavalo e que sou contra os de toiros de morte e a favor de bandarilhas de velcro.

Posto isto, para quem não esteve no Campo Pequeno ou para quem esteve, mas, inexplicavelmente, diz que não viu a violência sobre crianças e adultos que se vêm nas imagens televisivas, deixo a seguinte questão: será que vale tudo para defender uma posição anti-tourada, nomeadamente gritar insultos a crianças menores de 10 anos quando estas iam ao lado dos pais, ou atirar objectos, que podem ferir gravemente alguém, contra quem estava a falar para as televisões?

O que acho estranho é que não tenham existido detenções sobre os manifestantes que gritaram ofensas a crianças menores de 12 anos e aos pais delas que iam a passar para irem ver a tourada ou a quem atirou objectos que podem ferir alguém.

E que ninguém ouse dizer que os pais é que têm a culpa disso ter acontecido, porque esse é o argumento idiota (no mínimo) que é invocado por alguns juízes para libertar violadores, quando, na decisão, vêm dizer que a culpa foi da mulher porque se vestiu de determinada forma.

Nada desculpa o comportamento irracional perpectuado pelos manifestantes, principalmente porque a grande maioria deles come carne de animais que são mais maltratados do que os toiros que são lidados na arena.

Para quem não sabe, depois da corrida, o toiro é tratado por médicos-veterinários que lhe retiram as bandarilhas ou supervisionam a retirada das mesmas.

Depois disso, existem duas opções: ou o toiro é enviado para o matadouro e é abatido no prazo máximo de 5 horas, ou se o toiro fez uma corrida excepcional, devolvem-no ao campo para ser semental, vivendo o resto dos seus dias em liberdade e como um verdadeiro Rei.

Os que ofenderam, cuspiram, foram violentos, com certeza que condenaram, tal como eu condeno, os insultos ao Vice-Almirante, em Odivelas, pelo que, isso é prova da incoerência total, pois quando os anti-tourada se manifestam podem tudo, mas quando não concordam com uma determinada posição (como os insultos ao Vice-Almirante), já são contra aqueles que usaram as mesmas “armas” que eles usam nas suas manifestações.

Assim, para alguém ser contra as touradas tem de ser coerente e também começar a comer tofu em vez de carne animal, porque, como já referi acima, os animais criados para consumo são muito mais maltratados do que os toiros numa corrida.


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