AtualidadeDistrito de Setúbal

Trabalhadores do Vitória Futebol Clube soltaram «grito preso nas gargantas»

Paulo Rodrigues, o presidente da Direção do Vitória Futebol Clube eleito a 8 de Outubro, recebeu uma carta assinada por vários trabalhadores do clube com um pedido desesperado de ajuda, devido aos meses que têm salários em atraso.

Na missiva a que o Diário do Distrito teve acesso, datada de 29 de Outubro, os trabalhadores frisam que tomaram «a liberdade de expressar o grito que tem estado preso nas nossas gargantas, grito esse que cada dia que passa mais nos sufoca, e que em desespero o expressamos através desta carta».

Os trabalhadores que assinam a carta frisam que «todos os dias dizemos presente, e lá estamos no Estádio do Bonfim para servir o nosso VITÓRIA, cada um nas suas funções, passando da relva à lavandaria, limpeza aos serviços administrativos. Cada um desempenha a sua função com vontade, dedicação e orgulho de estar a ajudar o velhinho que tem 110 anos.»

Relembrando a dedicação que demonstram ao clube, os trabalhadores lamentam estar «cansados de promessas, de falsas esperanças, de inverdades a cada dia que passa ao longo destes quatro meses» e alertam para não conseguirem explicar aos filhos como não há televisão ou electricidade porque «o pai não tem dinheiro para pagar a factura» e que quando «se abrir o frigorifico não sabemos se o leite ainda chega para todos» ou «quando à hora de almoço a mochila está vazia».

Por fim fica o apelo sentido para «que nos resolvam a nossa situação. Já passaram quatro meses e outras duas segundas-feiras e de regularização de salários, NADA. Continuamos sem uma resposta e estamos cada vez piores.

Só vocês podem resolver a nossa situação. Não são responsáveis por tudo, mas assumiram um compromisso, assumiram ter uma solução. Assumiram pagar os nossos salários.

Cumpram com a palavra dada aos sócios e aos trabalhadores. Cumpra com a palavra dada ou avancem com a suspensão dos nossos contratos.

Não aguentamos mais e não podemos continuar a sofrer por causas às quais somos alheios.»

Paulo Rodrigues assumiu aos jornais que recebeu a carta e que está ‘solidário’ com os trabalhadores, mas explica que «não fizemos esta desgraça em 10 dias, tem três meses e meio. Temos ajudado funcionários todos os dias desde que entrámos no clube. Vamos continuar a fazê-lo e arranjar uma solução o mais depressa possível.»

Recentemente foi a claque do clube ‘Grupo 1910‘ que reuniu verba e adquiriu alguns bens de primeira necessidade para distribuir pelos funcionários.


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