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Suspeito de planear ataque terrorista à Faculdade de Ciências comprou armas no OLX

O estudante de 19 anos suspeito de planear um ataque, no passado dia 11 de Fevereiro, à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, admitiu hoje, na primeira sessão de julgamento, no Campus da Justiça, em Lisboa, que teve a intenção de cometer o crime, a vontade de “atirar cocktails molotov, setas e esfaquear pessoas”, mas considerou que não teria “coragem para matar uma pessoa”.

Perante uma sala de audiências de porta aberta, ao contrário do que pedia o advogado de Defesa, João Carreira está a fazer um “relato impressionante”.

O arguido está a relatar, segundo a Lusa, “num tom monocórdico e inexpressivo”, aquilo que foi a preparação para um ataque preparado até ao mais pequeno detalhe. Diz que pensou fazê-lo num dia de exames e numa sala com cadeiras agarradas ao chão, para que não pudessem ser arremessadas na altura do ataque.

Quanto às armas encontradas em sua casa foram, segundo João, adquiridas na internet e numa loja de caça, em Lisboa. “Comprei as armas no OLX e numa loja de caça”, confessou. No OLX terá comprado uma besta e uma faca militar, no final de Janeiro, enquanto na loja de caça terá comprado um punhal.

O grande objectivo, explicou, “era matar pelo menos três pessoas”, porque para a comunidade de fascinados por assassinatos em massa esse é o número mínimo para que seja considerado um destes homicídios.

João Carreira assumiu ainda que sentia um fascínio por assassinatos em massa desde 2018, quando assistiu a uma notícia sobre um destes casos, nos EUA. A partir daí, começou a frequentar fóruns na internet sobre o tema.

A certa altura do depoimento, o aluno reconheceu ter noção de que aquilo que pensava fazer na Faculdade de Ciências “era errado” e até admitiu ter pensado em recorrer a apoio psicológico. “Pensei um bocado, mas depois desisti”, explicou, revelando ter tido anteriormente acompanhamento médico por causa do autismo, mas sublinhou que não contactou o médico por já não falar com ele há muito tempo e por pensar que “podia resolver o problema sozinho”.

João Carreira foi acusado em Julho pelo Ministério Público (MP) de dois crimes de terrorismo, um dos quais na forma tentada, e de um crime de detenção de arma proibida. Ficou em prisão preventiva desde 11 de Fevereiro, tendo a medida de coação sido substituída por internamento preventivo no Hospital Prisional de Caxias, com o MP a alegar “forte perigo de continuação da actividade criminosa e um intenso perigo de perturbação da tranquilidade e da ordem públicas”.


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