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Sócrates considera “absolutamente inesperado” fim dos debates quinzenais com primeiro-ministro

José Sócrates desempenhava as funções de primeiro-ministro e de líder de um PS com maioria absoluta na Assembleia da República em 2007, quando os debates quinzenais com o chefe do Governo foram aprovados no parlamento.

Questionado pela agência Lusa sobre a ideia de PS e PSD acabarem agora com os debates quinzenais com a presença do primeiro-ministro na Assembleia da República, José Sócrates, classificou essa decisão como “absolutamente inesperada”.

O atual presidente do PSD, Rui Rio, segundo José Sócrates, “no jeito que lhe é muito próprio, de quem cultiva a arte de dizer o que tem a dizer sem qualquer ambiguidade, considera que o primeiro ministro tem de trabalhar e não pode passar a vida em debates quinzenais”.

“Na sua visão, portanto, o que é verdadeiramente importante é a ação executiva, constituindo o debate parlamentar um exercício ocioso. Assim sendo, é preciso acabar com a gritaria”, disse, numa nova referência a Rui Rio.

Já António Costa, na perspetiva do antigo primeiro-ministro (2005/2011), acompanha o seu opositor [Rui Rio] de forma mais subtil”.

“Para ele trata-se de evitar o espírito de confronto que não deixa margem para a negociação, para o diálogo e para os necessários consensos tão necessários à vida política. Não podemos deixar de concordar com a importância do compromisso para a vida política democrática. Todavia, nunca, na minha vida parlamentar, me apercebi de que os mais acesos e polémicos debates parlamentares impedissem o respeito mútuo e até a admiração pelo adversário político”, contrapôs o antigo líder socialista entre 2004 e 2011.

Segundo José Sócrates, porém, é impossível olhar para estas razões para o fim dos debates quinzenais “sem as reconhecer imediatamente: Elas vêm de longe e têm uma longa tradição política entre nós, assente na antiquíssima ideia dos malefícios para a política resultantes do espírito partidário e das desordens do parlamentarismo”.

“Toda uma cultura política. Aliás, bem vistas as coisas, os debates quinzenais aparecem-nos, agora que vão acabar, como um breve episódio na vida parlamentar, uma espécie de contracultura que não foi suficiente para alterar o desdém e a desconfiança que o parlamento sempre enfrentou na vida política”, concluiu.

José Sócrates recorreu depois à ironia para avançar outras possíveis explicações para o fim dos debates quinzenais no parlamento.

“Talvez esteja a ver as coisas com excessivo melindre democrático. Talvez a verdadeira razão seja a de que nenhum dos dois líderes [António Costa e Rui Rio] goste da estética e da eloquência parlamentar e dos que estas significam no debate político. Sim, pode ser apenas isso – afinal, nenhum dos dois é um grande orador. Talvez. Se não for isso, é pior”, acrescentou.

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