MontijoReportagem

Situação de covid19 no Montijo com ‘números menores que noutros concelhos’

A reunião camarária no Montijo iniciou-se de novo com uma declaração do presidente Nuno Canta, sobre a incidência da pandemia no concelho.

“O Montijo regista agora 40 casos activos, e 355 casos confirmados desde o início da pandemia, um número muito abaixo de vários outros concelhos”, admitindo o edil que os casos foram registados “em IPSS, contexto familiar, e em algumas escolas públicas”.

Já sobre o número de óbitos, Nuno Canta garantiu que “continua sem alteração há meses e com um rácio muito baixo”, frisando ainda que “estamos a enfrentar agora uma segunda vaga que parece ser ainda mais forte e que por isso coloca maiores desafios, mas a nossa luta tem como sentido vencer o medo e dar uma luz de esperança a todos”.

Sobre o assunto também a vereadora Maria Clara Silva leu uma declaração sobre a necessidade de solidariedade “neste momento difícil para todos”, deixando uma palavra de apoio “a todos os que estão na primeira linha, aos que estão a perder empregos e negócios e a quem sofre com a doença” e um alerta para “o aproveitamento que está a ser feito por políticos populistas”.

Por sua vez a vereadora Sara Ferreira referiu os resultados do projecto de investigação arqueológica de Sarilhos Grandes e a conferência online que terá lugar na próxima sexta-feira.

O vereador Ricardo Bernardes apresentou as medidas de emergência social que a autarquia levou a cabo no âmbito da habitação social e referiu ainda a Menção Honrosa atribuída à União Mutualista Nossa Senhora da Conceição, no Prémio Saúde Sustentável, uma iniciativa da Sanofi e do Jornal de Noticias, em ‘Boas práticas no contexto do Covid1’ com o projecto «box das emoções» “que permitiu aos familiares manterem o contacto com os utentes da União”.

A vereadora Ana Baliza apresentou uma moção contra o aumento da taxa de gestão de resíduos.

«Não há qualquer dissenso entre Ricardo Bernardes e o executivo da Câmara»

Um dos temas de discussão da tarde foi desta vez levantada pelo vereador Carlos Almeida (CDU) relativamente à saída do executivo de Ricardo Bernardes, após a declaração política deste sobre a cessação do mandato.

O vereador cessante referiu que aceitou um novo desafio e que irá assumir novas funções no início de Novembro na área de direito de trabalho autárquico, “iniciando um novo ciclo em funções que aceitei também devido ao contexto que atravessamos, e numa altura em que estão concluídas ou preparadas as medidas que o PS tinha para o meu pelouro”, deixando um agradecimento a todos “os que comigo trabalharam, e ainda por todas as mensagens de apreço que recebi. Foi uma honra trabalhar neste executivo municipal, e participar em tudo o que pudemos fazer.”

Nuno Canta deixou ao vereador cessante “uma palavra de agradecimento pessoal e institucional, bem como votos de sucesso nas suas novas funções”.

Sobre o assunto, Carlos Almeida relembrou as questões levantadas na anterior reunião sobre a delegação de competências de Ricardo Bernardes na vereadora Maria Clara Silva, “altura em que já havia algo que nos dizia que nem tudo estava bem e que alguns projectos não estavam a ser desenvolvidos de forma como deviam estar, a somar ao estilo nepotista do presidente, e é também voz comum que a determinado passo terá havido algum azedume entre o vereador e o presidente da Câmara Municipal no plano institucional, o que não será uma surpresa, se recordarmos o que se passou numa Assembleia Municipal entre o presidente da Câmara Municipal e a presidente da Assembleia Municipal do Montijo à altura.”

O vereador comunista criticou ainda a declaração de Ricardo Bernardes “ao afirmar que ‘inicia um novo ciclo’, a um ano de terminar o mandato, e que o faz tendo ‘em conta o contexto que atravessamos’, porque rasga assim o compromisso com os eleitores e se fala da pandemia, poderia fazer a luta também continuando na autarquia.

Ou o vereador nos deu uma péssima ideia do seu mandato ou se caso tem a ver com desarmonia que foi crescendo com o tempo. Se nem tudo está bem quando acaba bem, pior está quando acaba mal.”

Em resposta Nuno Canta referiu que “Ricardo Bernardes tem toda a liberdade de seguir a sua vida na área profissional que escolheu, e o PS não limita ninguém porque vir para o partido não é ter uma ordem de clausura.

A sua declaração foi mais uma tentativa de criar um facto contra o PS, mas fê-lo de forma inglória. Pode ficar perfeitamente descansado que não tem qualquer motivo para desconfiar de algo errado, mas isto é a postura permanente da oposição no Montijo, procurando dissenso onde não existe. Bem tento que a oposição eleve o discurso, mas estamos cada vez mais a bater no fundo”, acusando o vereador comunista de estar “a tentar criar mais uma novela com desonestidade intelectual”.

Também Maria Clara Silva criticou o posicionamento do vereador “porque já o conheço e não o tinha por levantar este tipo de questões políticas de má fé. Não percebo o que quer protagonizar com tudo isto”, voltando a repetir a informação sobre os despachos e transferências de gestão corrente durante as suas férias.

Em resposta às críticas, Ricardo Bernardes garantiu estar “de consciência muito tranquila sobre o meu trabalho, mas compreendo que levante este não assunto devido à falta de agenda da CDU, pretendendo arranjar um ‘facto político’, perante a vossa falta de capacidade política neste mandato, mas apesar de tudo, não o vou ter menos em consideração”.

Dificuldades das instituições sociais

Na sua intervenção o vereador João Afonso (PSD/CDS-PP) alertou para “uma possível ‘opa’ da União Mutualista para com o Centro Social S. Pedro, localizada no Afonsoeiro, que ao longo dos anos tem vindo a enfrentar muitas debilidades, devido à crescente falta de capacidade financeira”, questionando o conhecimento do presidente sobre o assunto.

Nuno Canta respondeu que “a Câmara Municipal nada tem a ver com esse assunto e não terá nada a dizer sobre o assunto. A nossa preocupação é que todas as instituições de solidariedade social possam ter melhores formas de responder aos problemas”, mas criticou o facto de o vereador ter “trazido publicamente questões de instituições que não têm ligação com a autarquia”.

Sobre a crítica João Afonso remeteu para o facto da informação estar pública no site da associação “e que se saiba a Censura já acabou. E se quer falar sobre o que não é da Câmara Municipal, porque é que o vereador Ricardo Bernardes falou da Menção Honrosa atribuída à União Mutualista? Fê-lo porque é algo relevante para o concelho, e isso aplica-se às boas e más notícias, ou só podemos falar aqui do que o senhor presidente acha que é de interesse público?” 

Numa extensa ordem de trabalhos, foram aprovados vários protocolos de colaboração com agrupamentos escolares e contratos-programa.

Na reunião desta tarde, não houve intervenção de munícipes.


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