Distrito de Setúbal

Setúbal | Uma história de união

Tudo começou em 2012 com a chegada da crise e da dívida monetária europeia, Troika. Em pleno governo PSD, onde o Primeiro Ministro era Passos Coelho, foi decretada uma lei que pretendia acabar com um excesso de juntas de freguesia, de modo a cortar gastos do estado no panorama das autarquias locais. No caso de Setúbal as juntas de freguesia de São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça, foram as escolhidas para formar a União de Freguesias de Setúbal.

Segundo contou, em exclusivo ao Diário do Distrito, o presidente da União de Freguesias de Setúbal, Rui Canas, foi uma decisão tomada por quem tinha “um completo desconhecimento do que é a realidade administrativa portuguesa”. Explica que as atuais juntas de freguesia, nasceram, na sua maioria, de paróquias e que todas as juntas trazem um conjunto de “histórias e identidade das pessoas, com hábitos e tradições”.

“Eu amanhã se criar aqui um mega município com Sesimbra e Palmela, as pessoas destas regiões nunca se vão sentir de Setúbal, mas sim da sua própria terra”, explica Rui Canas com uma hipérbole, onde pretende mencionar a perde de identidade cultural que a união das freguesias de Setúbal podia provocar nos munícipes.

A união de freguesias acabou por acontecer oficialmente em outubro de 2013, onde, nas votações, já se escolhia o executivo que iria orientar as três freguesias, que agora eram uma só. Rui Canas, ainda atual presidente, foi eleito e revelou que o principal problema e objetivo do primeiro mandato foi a “junção das freguesias”.

O objetivo residiu sempre na proximidade, pois, para o presidente da União de Freguesias, as juntas são uma “grande vantagem, ou seja, os eleitos locais podem acompanhar de perto a vida da sua comunidade e podem corresponder a estas situações”.

Ao longo dos anos e dos mandatos a estrutura da freguesia mudou e adequou-se à necessidade das 46 mil pessoas que nela abitam. Os edifícios das antigas juntas ficaram abertos e em funções, com uma permanência de serviço, tal que permitiu aos munícipes não perderem o costume e dar uma sensação de que as juntas, de forma individual, ainda existem.

Porém não só de problemas viveu esta união, pois segundo conta Rui Canas, a dimensão gigantesca desta freguesia, possibilitou “uma inserção de serviços e de funcionários qualificados”, que nunca poderia ser feito em freguesias de menor dimensão, quer por falta de recursos ou por próprias leis.

Atualmente a união destas três freguesias é vista como um sucesso, não apenas pelo grande trabalho que foi feito para criar uma estrutura que pudesse sustentar este serviço, mas também por aquilo que veio a acrescentar na vida das pessoas que ali residem e claro no apoio ao movimento associativo e desportivo.


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