Setúbal: Depósito ilegal de 30 mil toneladas de resíduos perigosos

A associação ZERO denunciou ontem a existência de um depósito ilegal com 30 mil toneladas de resíduos perigosos, nas imediações das antigas instalações da empresa Metalimex, junto ao Complexo Municipal de Atletismo de Setúbal.

Os resíduos de escórias de alumínio importadas pela Metalimex estão lá há 22 anos, segundo a ZERO. O Ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC) já está a verificar a veracidade da denúncia através da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT), mas adianta que em 1998 foi posta a cabo a reexportação do material perigoso com custos de 9 milhões de euros na conversão atual.

Ainda assim, “uma parte substancial” das escórias de alumínio que foram importadas da Suíça e que, “supostamente, tinham sido enviadas para a Alemanha em 1998”, ainda se encontram a 600 metros da antiga empresa Metalimex, adverte o comunicado da associação.

O perigo é grande, já que “poderemos estar confrontados com uma situação de um grave risco ambiental, se tivermos em consideração que estes resíduos perigosos estiveram em contacto com o ambiente durante todo este tempo, podendo ter originado situações de poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas”.

A associação ZERO denuncia também aquilo que chama de “um atestado de total incapacidade das autoridades ambientais portuguesas que, ao longo de mais de 20 anos, desconheceram a sua existência”.

Para já, além da fiscalização, a ZERO solicita ao MAAC o relatório da empresa de consultoria Bureau Veritas, que em 1998 auditou o processo de exportação dos resíduos para a Alemanha, bem como a remoção das matérias perigosas, seguindo-se uma “avaliação da eventual contaminação do solo e das águas subterrâneas do local onde os resíduos estão depositados”.