Sociedade

“Semana de quatro dias sem perda de salário e psicólogo na medicina do trabalho”. Sugestão de especialistas

Cada vez mais a saúde mental está no centro das conversas e das preocupações da sociedade civil portuguesa. Nesse sentido, o Laboratório Português de Ambientes de Trabalho Saudáveis (LABPATS) recomenda a concretização da semana de quatro dias de trabalho, sem perda de remuneração, para melhor conciliar a vida profissional e familiar e conseguir reter as novas gerações, e ainda a introdução da especialidade de psicologia na medicina do trabalho.

“A semana de quatro dias só funciona com algumas condições: que não haja decréscimo salarial e que a pessoa não tenha que fazer o trabalho de todos os dias naqueles quatro dias, senão acaba por ficar completamente sobrecarregado”, explicou Tânia Gaspar, a coordenadora do trabalho desenvolvido pelo LABPATS, à agência Lusa.

Tânia Gaspar considera ainda que as empresas têm de alterar algumas coisas “se querem reter os profissionais”, sublinhando que “as novas gerações têm outra atitude face ao trabalho e valorizam realmente muito o seu bem-estar”. “O trabalho é uma área da sua vida, mas não é a área da sua vida”, afirma.

No conjunto de recomendações que serão apresentadas esta terça-feira em Lisboa, os especialistas do LABPATS sugerem mudanças na legislação sobre saúde ocupacional, integrando nas equipas um psicólogo do trabalho/sociólogo do trabalho, para fortalecer a relevância da saúde mental e psicossocial, uma das dimensões que apresenta maior risco no estudo feito pelos investigadores.

Para o estudo, os especialistas avaliaram 2.000 profissionais de áreas da saúde, administração pública, educação, indústria e restauração, identificando vários níveis de risco em termos de ambiente de trabalho saudável. O mais elevado prende-se com a saúde mental e o ‘burnout’.

Para incentivar as empresas a promoverem ambientes de trabalho saudáveis, os especialistas recomendam a criação de incentivos e/ou benefícios fiscais.


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