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Seixal | ‘Senhor presidente quando sair vá conhecer o seu concelho’

A reunião camarária desta quarta-feira no Seixal contou, de novo, com várias intervenções de munícipes, iniciada por Álvaro Menezes que pediu intervenção ao município para resolver a situação que os moradores da Praceta António José Fernandes, na Cruz de Pau, “porque estacionam frente às nossas garagens, e já tive de recorrer a táxis para ir trabalhar, porque não consigo tirar o carro, porque nem a PSP responde aos meus pedidos para retirarem os carros. Por isso pedia que colocassem mais sinalização.”

O vereador José Carlos Gomes referiu que “a Câmara Municipal faz o trabalho que é necessário, indo de encontro às expectativas dos moradores, mas a PSP devia ter uma actuação mais musculada. Hoje mesmo foi feita marcação no pavimento e iremos colocar sinalização vertical.”

A munícipe Maria Benedita Silvério solicitou ao executivo alguns esclarecimentos urbanísticos “porque vou comprar um terreno em Fernão Ferro, mas não quero ter uma surpresa”, ao que a vereadora Maria João Macau aconselhou a marcar uma reunião para esclarecimentos mais pormenorizados.

 

Proliferação de habitações ilegais no Bairro do Judeu

 

Maria Manuela Castelo, residente na Quinta do Sol Posto, Fogueteiro, tem como vizinhança o Bairro do Rio Judeu, e deixou um alerta: “está a ser ali construído um novo bairro da Jamaika. Os anteriores moradores foram realojados na Cucena, as casas foram identificadas para demolição, mas estão lá, e a ser novamente ocupadas, sobretudo desde Janeiro deste ano.

Aquelas pessoas não respeitam ninguém, deitam o lixo para o chão ou à minha porta, despejam os dejectos nos caixotes do lixo ou na rua, constroem novas casas com fossas a céu aberto, com puxadas de electricidade que causa descargas depois nas casas como a minha, e em certos dias nem conseguimos respirar.

Depois é o tráfico de droga, o lixo que uma ex-moradora lá vai fazer a separar ferro-velho, a matança de porcos e de cabras, as festas todos os dias.

Vivo ali há 52 anos, e os meus pais também, mas agora é impossível. A Câmara Municipal tem conhecimento e nada tem feito. Não sou obrigada a viver com o lixo dos outros, estamos à beira de uma catástrofe ambiental, e quando tento chamar a atenção aos moradores, ainda sou insultada, e vingam-se a atirar lixo para a minha porta.

Ponha os olhos neste bairro e não façam mais um gueto, não estamos a viver só para o Seixal. O Seixal não é só as zonas bonitas, todos somos munícipes, pagamos impostos e temos direitos.

Como é que permitiram que o bairro esteja como está agora, algo que tenho vindo a denunciar desde abril, com fotos de cimento e das obras, das puxadas. Certamente não é à porta de nenhum dos vereadores ou do presidente, senão já tinham feito alguma coisa. Senhor presidente quando sair vá conhecer o seu concelho.”

A esta situação responderam os vereadores José Carlos Gomes e Manuela Calado, admitindo “situações de abusos nessa zona”.

“Trata-se de um terreno privado, pertença da Sociedade Gestora de Iniciativa Financeira que deixou surgiram aquelas construções sem qualquer licenciamento” referiu José Carlos Gomes, acrescentando que “a fiscalização já esteve no local, foram colocados avisos no local para instar a empresa e os moradores que têm de demolir as construções, essa será uma intervenção que iremos fazer logo que passem os prazos legais. Mas garanto-lhe que estamos a acompanhar toda a situação.”

Também Manuela Calado explicou que “foram identificados ali 18 agregados familiares que vão ser alvo de realojamento municipal com o apoio do IRHU. Todos os restantes não terão esse realojamento. Sabemos que esta situação cria constrangimentos a todas as pessoas que já ali moram, pelo que a ação de demolição que estamos a preparar será feita o mais rapidamente possível. Infelizmente a PSP também devia ser mais interventiva naquele território.”

Sobre o assunto, o vereador Eduardo Rodrigues (PS), referiu que “este problema do Bairro do Judeu já aqui foi discutido várias vezes, tem sido uma preocupação da vereação PS, que tem alertado para o seu crescimento” e criticou “a falta de fiscalização e de actuação da Câmara Municipal, ao permitir que sejam construídos currais ou galinheiros, e sabemos que pouco tempo depois nasce ali uma casa. Mesmo sendo um terreno privado, nestas situações é a autarquia que tem de intervir.”

Também o vereador Francisco Morais (BE) considerou que “o Bairro do Judeu é uma zona que carece de ordenamento do território e de falta de urbanismo. A munícipe paga IMI e impostos tem todo o direito de ser contemplada com a recolha do lixo e com as condições mínimas de vida. E isso é um ónus da Câmara Municipal, porque é uma questão de saúde pública.

E tem razão, há um Seixal do Rio Tejo, que vimos recentemente na TVI, e há o Seixal do Rio Judeu, o que reflecte a desigualdade no concelho.”

Na reunião o presidente Joaquim Santos frisou que “o concelho tem vindo a registar um decréscimo no número de casos de covid19, o que nos dá boas perspectivas”, e em relação à vacinação, explicou que “temos neste momento 80 mil pessoas com a 1.ª dose e 65 mil com a vacinação completa. Contamos, se tudo correr como até agora, ter a população adulta totalmente vacinada até final de Outubro”.


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