Seixal

SEIXAL – Munícipes preocupados com escolas básicas e mobilidade

Na primeira Assembleia Municipal extraordinária do Seixal participaram seis munícipes com questões relativas a escolas, segurança rodoviária e estacionamento.

Sónia Alves foi a primeira munícipe a intervir sobre o estado da EB1 da Quinta de Santa Marta de Corroios, “que não tem condições para continuar a funcionar. No Verão quando visitei o espaço detectei e denunciei várias situações como o cheiro a mofo, a humidade visível nas paredes, caixilharias velhas, o mobiliário escolar degradado, tudo situações que dei a conhecer à vereadora Manuela Calado em 18 de Outubro numa reunião, depois do meu filho de 6 anos ter sido ali colocado.

Numa das últimas reuniões com os pais, a humidade era tal que as fichas de avaliação que nos deram ficaram moles e empapadas ao fim de trinta minutos, sendo que a Câmara Municipal deve tomar consequência do desleixo por vários anos que agora se reflecte na saúde dos meninos.”

Referiu depois que o filho ao fim de dois meses de escola começou a queixar-se de dores de cabeça, “situação que só pode derivar da falta de condições de salubridade da escola!”.

Outro assunto acerca de escolas básicas foi levado por Ana Monteiro, que pediu explicações sobre o facto de o filho não ter ainda acesso a refeições vegetarianas no refeitório da Escola da Quinta dos Franceses, que já foram solicitadas pelos pais.

A vereadora Manuela Calado (CDU) respondeu que “a Câmara Municipal irá realizar uma intervenção profunda durante a pausa lectiva na EB de Santa Marta de Corroios, de pintura das salas de aula à reformulação das instalações sanitárias, independentemente das obras já feitas no espaço exterior, com colocação dos brinquedos e pintura exterior.”

Acerca das refeições vegetarianas, a vereadora explicou que “a reclamação foi enviada para a empresa que fornece as refeições escolares e aguardamos que possam fornecer as refeições vegetarianas a que está obrigada contratualmente”.

O munícipe Paulo Sousa solicitou informação sobre o facto de que a Câmara Municipal ter exigido que os proprietários efectuassem o recuo de passeios na zona dos Redondos, mas não estar a fiscalizar quem realmente o fez.

Deixou ainda algumas preocupações ligadas com a mobilidade, nomeadamente a necessidade de uma rotunda no cruzamento da antiga Pavil, de outra rotunda no cruzamento do Quintão “também há muitos anos prometida”, além da necessidade de uma intervenção na rotunda da Avenida dos Redondos para a Avenida do Seixal, “perante os acidentes que ali têm ocorrido”.

O munícipe Samuel Marques questionou o motivo pelo qual “o único ginásio que temos em Fernão Ferro vai ser fechado porque segundo a Câmara, ocupa demasiado espaço no seu próprio terreno, quando se trata de um equipamento que emprega pessoas e dá apoio em termos de actividade física a muitas pessoas”, referindo que já foi colocada a circular uma petição sobre o assunto, respondendo o vereador Joaquim Tavares (CDU) que “se tratava de uma construção ilegal que teve a devida fiscalização e a proprietária já respondeu nos termos que devia fazer, pelo que haverá uma resposta consoante isso”.

Samuel Marques solicitou ainda que a Câmara Municipal interviesse na construção da rotunda no cruzamento da Pavil. “Ficámos a saber que a Câmara Municipal muito bem vai fazer uma rotunda em Paio Pires, embora não sendo da sua competência. E numa estrada municipal não fazem a rotunda? Sobre a permuta, os proprietários de Fernão Ferro já vos deram muitos terrenos e a zona está classificada como zona verde, pelo que não pode ali construir-se nada. Se houver mais um acidente em que morra ou fique ferido mais um filho da terra terão aqui uma manifestação dos residentes.”

Joaquim Tavares explicou que em Fernão Ferro “o objectivo da Câmara Municipal é construir uma rotunda e está a desenvolver a situação nos trâmites legais, e terá uma resposta devida, que nada tem a ver com a construção de outras rotundas. São situações a que é necessário dar resposta conforme os processos se desenvolvem.”

Cristina Silva solicitou informação sobre um processo. “Passado um ano, venho perguntar à vereadora Manuela Calado porque é que o meu assunto de fiscalização de uma infiltração ainda está por resolver, quando me prometeu há um ano que o caso seria verificado e resolvido”, prometendo a vereadora que iria verificar o processo “e entrarei em contacto consigo para podermos perceber o que está em causa”.

Ainda sobre mobilidade, Miguel Alves solicitou à Câmara Municipal a colocação de parquímetros na zona da Quinta de São Nicolau, “porque os moradores não têm lugar para estacionar devido à estação do Metro Sul do Tejo”, com o vereador Joaquim Tavares a garantir que a Câmara Municipal se prepara para uma intervenção no local para garantir mais estacionamento.

Poluição EM PAIO PIRES e desacatos

Por unanimidade foi aprovada uma tomada de posição sobre a necessidade de exigir ao Governo e entidades competentes um maior controlo sobre a qualidade do ar e o ruído provocado no parque industrial da Siderurgia Nacional, na Aldeia de Paio Pires, que foi apresentada pela deputada municipal Paula Santos (CDU).

Questões políticas como a exoneração dos dois vereadores do PS por parte do presidente da Câmara Municipal, a não apresentação de uma nova proposta de Orçamento depois do chumbo pela oposição e a retirada da confiança política ao vereador Manuel Pires por parte do PSD, foram alguns dos temas abordados no período antes da ordem do dia.

A determinada altura, os trabalhos foram interrompidos, e a PSP acabou por ser chamada ao local, quando um munícipe causou distúrbios na entrada da sala, com ameaças a alguns dos presentes e eleitos e recurso a violência física.

Garantindo que o ocorrido nada teve a ver com os trabalhos da Assembleia Municipal, o presidente da mesa da Assembleia, Alfredo Monteiro, pediu desculpas e apelou à calma e paz no futuro, no que foi secundado pelo presidente Joaquim Santos e pelos outros deputados que intervieram.


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