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Seixal | Contrato-programa com Tocá Rufar origina discussão na reunião camarária

A reunião do executivo da Câmara Municipal do Seixal decorreu esta quarta-feira, perante uma sala repleta, saudada pelo presidente Paulo Silva, que aproveitou também para cumprimentar os representantes das corporações de Bombeiros do Seixal e de Amora, e da Cruz Vermelha – Delegação Foz do Tejo, “que muito nos honra com a vossa presença no Seixal”.

Questões sobre ligação de saneamento em Fernão Ferro, pedido de informação sobre certidão de propriedade em AUGI e emissão de licenças de construção, bem como um pedido para habitação social mediante uma ordem de despejo, foram os temas levados por munícipes à reunião.

A intervenção aguardada por muitos dos presentes foi a de Rui Júnior, presidente da direção da ADAT – Associação dos Amigos dos Tocá Rufar, que se fez acompanhar por vários alunos e pais do programa ‘O Bombo vai à escola’, de formação musical/artística nas escolas do primeiro ciclo, e que participaram numa concentração à porta do edifício.

Rui Júnior agradeceu o apoio autárquico de vários anos, reforçando que “o projeto abrange turmas do 2.º, 3.º e 4.º anos letivos do 1.º Ciclo do Ensino Básico de Escolas Públicas e alcança mais de 1000 alunos”.

Esse apoio foi também referido pelo presidente, que relembrou a parceria existente desde 1997, “quase a completar 25 anos, e por onde têm passado centenas de jovens e que muitos nos honra estar no concelho, motivo pelo qual apoiamos a construção da Aldeia do Bombo, onde os jovens irão continuar a sua formação”.

Paulo Silva frisou, no entanto, que a construção deste equipamento “tem tido o voto contra de duas das forças políticas, aprovado apenas com o voto de qualidade do presidente (CDU)”.

Nos últimos dias ocorreu uma troca de ‘galhardetes’ entre elementos do projecto e eleitos da oposição na Câmara Municipal e da Assembleia Municipal, relativa à orientação de voto para a comparticipação financeira do contrato-programa de continuidade do curso regular Tocá Rufar para o ano lectivo 2022-2023.

Na intervenção dos eleitos, Miguel Feio (PS) agradeceu “a postura fantástica de Rui Júnior ao receber-nos para esclarecer alguma falta de informação sobre este projecto, que é tão importante para as escolas, até ao nível da inclusão, pontos que deviam ter sido esclarecidos antes pelo executivo da maioria”.

Já Eduardo Rodrigues (PS) criticou as palavras do presidente “que quer dar a entender que a oposição está sempre contra estes projectos, quando nem nos passam a informação completa, nem nos querem envolver porque pretendem passar à população a imagem de que somos os maus da fita”.

A vereadora Elisabete Adrião (PS) acusou o executivo comunista de “manipulação”, afirmando que “nunca reprovámos qualquer projecto educativo nas escolas. Mais uma vez politizou-se uma situação.”

O executivo da CDU deturpa a informação junto das instituições, e isso vê-se com o chumbo do Orçamento 2023 em sede da Assembleia Municipal, sobre o qual optam de ir junto das organizações dizer que agora não podem cumprir com os apoios estipulados, em vez de negociar um novo orçamento com a oposição.”

Num discurso bastante duro dirigido a Rui Júnior, o vereador social-democrata, Bruno Vasconcelos, acusou este de mentir. “Fui confrontado pelas redes sociais com acusações deste sobre a orientação do meu voto aos apoios do projecto educativo. Como consegue andar na rua sem vergonha na cara? Quem lhe passou a informação de que o PSD ia votar contra mesmo antes de termos recebido a documentação referente a esta reunião? Como é que alguém sabia na terça-feira da outra semana que viria a reunião uma proposta que só foi entregue aos vereadores na sexta-feira? Se tinha alguma dúvida devia ter-me ligado, mas optou pela politiquice.

Lamento que o Tocá Rufar tenha alguém assim à frente, e é mais vergonhoso que se usem crianças para propaganda política, assim como partilhe vídeos com as obras da sede, afirmando que estão atrasadas por causa da oposição, quando todas as tranches foram aprovadas aqui, tal como outros contratos-programa, ao contrário do que afirmou o presidente.”

Paulo Silva contrapôs essa afirmação, relembrando que “para os biénios 2018/2019 e 2019/2020 o PS votou contra e quando o vereador Bruno Vasconcelos esteve em substituição do então vereador Manuel Pires, absteve-se nesses pontos.

O PS e PSD têm votado sempre contra os apoios à construção da Aldeia do Bombo.”

Embora não estando previsto no Regulamento, os vereadores aprovaram uma nova intervenção do munícipe Rui Júnior para ‘defesa da honra’, por ter sido visado na intervenção, tempo que este utilizou para afirmar que “o vereador mandou um recado e uma ameaça por uma pessoa conhecida de ambos, a dizer que ‘em principio vou abster-me mas se vierem manifestar-se vou chumbar’”.

O presidente chamou a atenção ao munícipe, considerando que esta afirmação não se coadunava com a ‘defesa da honra’, e Bruno Vasconcelos afirmou ter sido esta “de uma enorme desonestidade intelectual, por estar a referir uma conversa privada, mas no ponto de votação irei partilhar a conversa que agora se referiu. Isto demonstra que o Rui Júnior enganou os pais e veio para aqui com uma manifestação que não faz qualquer sentido.”

A continuidade do projeto acabou por ser aprovado por unanimidade.


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