OpiniãoSeixal

Seixal 2021, um novo espectro político?

No Seixal, os maiores partidos da oposição estão em processo de renovação, com eleições internas e preparação das eleições autárquicas de 2021. Se no PSD Bruno Vasconcelos foi eleito Presidente da CPS, no PS ainda se desconhece o futuro líder, havendo dois candidatos, Marco Teles Fernandes e Miguel Ferreira Feio, para as eleições deste Sábado.

Ambos os partidos terão um papel muitíssimo importante no eventual novo espectro político no Seixal. Se Almada e Barreiro deram o mote nas últimas eleições, no Seixal foi retirada pela primeira vez a maioria absoluta ao Partido Comunista, o que indicia que tudo será uma questão de tempo até que o executivo que governa o concelho há décadas caia.

A pergunta que subjaz é qual o tempo, ignorando-se se será em 2021.

Sem embargo, ambos os partidos têm muito a fazer. O Seixal tem perdido a sua identidade, aquela que os seixalenses como eu conheceram porque a viveram, fazendo-se (com o apoio do “grande capital”, quem diria…) um upgrade de uma terra que outrora empregou (existência de fábricas como a Wicanders e Mundet, além do comércio local que hoje em dia é uma memória absoluta por força de medidas que o destruíram, como foram as saídas do tribunal, câmara, serviços, finanças e bancos para fora do perímetro onde estavam) e domiciliou os seus, para uma terra agora virada ao turismo e albergando quem queira pernoitar ou dormir, se trabalha em Lisboa.

Se os do passado aqui estivessem, quantas lágrimas e gritos deitariam. E, atrevo-me, duvido que permitissem tamanha descaracterização com tão grande complacência. Não são saudosismos. São descaracterizações e perda de identidade.

São todas as razões e mais alguma que levam a pensar que, pese embora haja muito trabalho a fazer, estes partidos tenderão a crescer e a merecer a confiança dos munícipes. Mas para que isso suceda, terão de repensar o modelo de fazer política e, outrossim, a forma de o comunicar.

Por outro lado, além do PS e PSD, penso que poderão haver sinergias entre os partidos da oposição, nomeadamente entre aqueles já citados com o CSD e PAN (e quiçá o BE) para tomadas de posição em que politicamente convirjam.

Nas assembleias municipais a convergência, tantas vezes, é visível entre os quatro primeiros, pelo que não parece inverosímil a existência de acordos que promovam ideias conjuntas, positivas, pelo concelho do Seixal e pelos munícipes.

Por exemplo, chamar à colação uma luta já assumida publicamente por PSD e PS referente à (necessária) transmissão em directo das assembleias municipais e de freguesia. Não colhe o argumento de que as pessoas que quem aceder podem e devem fazê-lo pessoalmente.

As reuniões são nocturnas e terminam, tantas vezes, fora de horas. As pessoas acabam por não ir e tanto assim é que sobejam cadeiras por ocupar. Por outro lado, citando um amigo, os cidadãos não se deslocam pessoalmente à Assembleia da República e nem por isso deixam de ter e manifestar interesse pelo que por lá se passa.

Se a política da “caixinha”, que tanto jeito tem dado ao executivo, é hoje uma realidade, esta terá de ceder e sucumbir perante o interesse público. O Seixal, pela CDU, anda em contraciclo, por exemplo, com Palmela, Barreiro e Almada, que transmitem, assumindo uma postura moderna e transparente.


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