Opinião

Se levassem é com uma bicicleta nos…

Uma crónica de Bruno Fialho.

Ficámos ontem a saber onde serão aplicados 3 milhões de euros do dinheiro da “bazuca europeia”, assim, aviso desde já que, se tem problemas cardíacos aconselho a não ler este artigo.

Começo por dizer o seguinte: como não havia nada mais importante a fazer no nosso país, do que ensinar os nossos alunos a andar de bicicleta na escola, o nosso Governo decidiu comprar bicicletas para que possam aprender a usar algumas das ciclovias inúteis que se têm vindo a multiplicar nas nossas cidades.

Mas, é errado dizer que as bicicletas são para todas as crianças, porque algumas delas são muito especiais e, talvez por isso, continuam sem ter direito a cadeiras de rodas motorizadas, a professores especializados ou a apoios sociais decentes, para que um dos pais possa ficar em casa a cuidar delas, entre outras necessidades urgentes.

Presumo que a pandemia asfixiou (ainda mais) o cérebro dos nossos governantes, pois, até parece que vivemos num país do 1.º mundo para gastarmos dinheiro em bicicletas, pois cá no burgo os alunos têm um enorme sucesso na escola, as infraestruturas escolares são óptimas e não necessitam urgentemente de grandes melhoramentos, não chove dentro de muitas salas de aula, os professores são valorizados e bem remunerados, os alunos têm comida em casa e não se apresentam sobrenutridos na escola, etc.

Agora, pense bem em tudo aquilo que se poderia fazer nas nossas escolas com 3 milhões de euros, a saber:

– Oferecer 411 mil refeições escolares/ano;

– Isentar 375 mil alunos do pagamento de material escolar/ano;

– Contratar 79 mil agentes ou guardas (PSP e GNR) para fazerem vigilância/ano;

– Conceder a 47 619 crianças os respectivos subsídios de bonificação por deficiência/ano;

– Adquirir 17 647 tablets com 64 GB e 4 GB de RAM/ano;

Acredito que os 3 milhões para as bicicletas serão multiplicados várias vezes para pagar mais algumas daquelas ciclovias inúteis e que trazem enorme transtorno aos pais que são obrigados a usar o carro individual para deixar os filhos na escola a horas e a muitas outras pessoas que têm perfeita noção que não vivemos em cidades planas, como na Holanda.

Por vezes dou-me a pensar que alguns terroristas têm razão, pois se colocássemos uma bomba na Assembleia da República para tudo mudar à séria neste país, nunca mais teríamos políticos a gozar com o povo. É por isso que sou forçado a admitir que, muitas vezes, os nossos governantes quase levam uma pessoa à loucura e a ter pensamentos como este, que não são admissíveis de se ter, mas que os temos, lá isso temos.

Todavia, em vez de uma bomba, se déssemos com uma bicicleta na cabeça de cada idiota do Governo que participou neste projecto, será que o problema ficaria resolvido?

Infelizmente, penso que não, pois os portugueses vão continuar a não comparecer nas urnas para votar e a deixar que “os suspeitos do costume” consigam manter os interesses e lóbis políticos a funcionar em pleno.

Viva as bicicletas, porque o resto, que realmente importa, não interessa!


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