Palmela

Rute Lima não se lembra de um “inferno” como o de Palmela

Rute Lima não sabe como está viva para contar a história do dia de quarta-feira

Rute Lima é uma das pessoas que estavam na altura do inicio do incêndio junto à estrada da Baixa de Palmela, nos Moinhos da Serra do Louro, mulher de Pedro Lima um dos responsáveis de uma empresa de actividades lúdicas, estava nessa manhã a acompanhar um workshop de fazer pão e na companhia de monitores e crianças. Rute L. diz que se lembra de fazer um aviso para as autoridades e até de fazer um video que colocou na rede social.

Foi tudo muito rápido até cá chegar a cima, quando avistamos o foco de incêndio, conseguimos retirar de forma ordeira as crianças e os monitores, ainda não tínhamos as chamas neste local, foram todas embora e ficamos nós cá [o marido, os moradores e o padeiro], depois da saída das crianças, passados minutos já estávamos com as chamas do lado nascente, foi um ‘inferno’ isto aqui“, relata-nos Rute.

Com a voz emocionada e com lágrimas a bailarem os olhos, a mulher lembra-se de procurar o marido mas não o encontrar: “Sei que o meu marido já tinha pegado em mangueiras para regar isto tudo em volta, mas teve uma preocupação acrescida e que nos preocupa a todos, os nossos burritos [olhar para o chão e lágrimas], foi horrível, sei que o meu marido saiu propriedade a fora para procurar os nossos burritos e a partir dai eu perdi contacto com ele“, Pedro Lima lembra o momento e explica “a minha preocupação foi salvar os burritos e os vizinhos, mas cheguei ao ponto de não conseguir encontrá-lo, eu tentava ligar para a minha mulher mas nada, nem imaginava o que se passava aqui em cima“.

Julião, o padeiro da padaria com o mesmo nome, terá dito a Rute Lima para abandonar o local: “cheguei aqui perto do moinho e disse à Rute para sair daqui o mais depressa possível”, a mulher de Pedro Lima, ter-se-á colocado no carro e saiu rua dos Moinhos abaixo, mas a meio não esperava de ter o caminho em chamas. “Cheguei ao meio da rua e nem sei como fiz inversão de marcha sem cair ravina a baixo, não dava para sair por esta rua e então a minha alternativa e nem pensei foi fugir pela parte de cima, mas ali depois do último moinho o carro ficou preso numa pedra e eu abandonei a viatura e fugir serra acima“, lembra.

Rute Lima não sabe com chegou perto da Nacional 379, perto do restaurante D. Isilda, a mulher tem os pés queimados porque andou em cima de terreno queimado, mas Rute teve um fim feliz, não deixará de ter na sua memória o dia 13 de julho de 2022: “Isto foi um ‘inferno’ que nunca mais esquecerei”.


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