Opinião

Risco

O risco faz parte da existência humana. Do nascimento até ao suspiro final, cada despertar encerra inúmeros riscos ou infinitas possibilidades de ser feliz. Depende se vemos o copo meio cheio ou meio vazio.

O que leva alguns a “viver no fio da navalha” e outros a esconderem-se da vida, em um, aparente, exercício de mera sobrevivência? Eu diria que o passado, as relações próximas, a personalidade, os traumas. Mas, acima de tudo, a possibilidade de ter sido amado incondicionalmente.

Nós somos o resultado dos nossos amores, do nosso contexto e das nossas experiências. Assim se explicará o medo de uns e, quiçá, a loucura de outros.

Enquanto psicoterapeuta, incentivo os meus pacientes a não se esconderem da vida e a libertarem-se dos seus medos e fantasmas. Prudência, sim. Mera sobrevivência, não!

Quantas pessoas deixam de viver um grande amor? Por medo de arriscar, por medo de voltarem a sofrer…

Quantas pessoas não mudam de emprego, de casa e até de país, mesmo sendo infelizes? Porque acreditam que não vão encontrar algo melhor, e/ou mais seguro…

São tantos os que se limitam a sobreviver, a contar os minutos que se escoam, sem experimentar o risco de VIVER!

Sim, para quem VIVE as dores são maiores, as desilusões também, mas todas estas experiências relacionais e emocionais, representam possibilidades de crescimentos e de maior maturidade emocional.

Defendo que o maior risco, no que concerne à saúde mental, é o silêncio, a ausência de experiências e de encontros com o EU e com o OUTRO. Risco, é fechar os olhos e sentir que não se viveu, que se limitou a arrastar os ponteiros do relógio…

Risco é não expressar as suas ideias e sentimentos, anulando os seus desejos e vontades.

Arrisque ser FELIZ!! Envolva-se na sua felicidade, seja um agente ativo de mudança! Acredite! Vale a pena!


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