MontijoReportagem

Reunião de Câmara no Montijo discutiu encerramento de banco e bombeiros

A reunião camarária do Montijo decorreu esta tarde novamente via online, sem a participação de munícipes no período aberto à população, mas com acesso dos jornalistas à mesma, iniciada habitualmente com uma declaração do presidente sobre o combate ao covid19.

Após a apresentação dos vereadores do PS sobre iniciativas da autarquia, a vereadora Ana Baliza (CDU) solicitou a atenção do presidente para um pedido de um lugar de estacionamento para deficiente.

A vereadora comunista apresentou uma moção, aprovada por unanimidade, contra “o encerramento da Caixa de Crédito Agrícola de Pegões anunciada para o próximo dia 27 de Maio, tendo em conta que esta serve a população mais rural de Canha, Pegões e Santo Isidro de Pegões.

É mais uma situação grave para a população rural, que não podem continuar a ser castigadas com estes encerramentos, como já aconteceu com o balcão de Canha, pelo que a CDU propõe que a Câmara Municipal do Montijo manifeste o seu repúdio por esta decisão e que tudo faça para que não se venha a realizar o encerramento.”

Em resposta o presidente Nuno Canta considerou tratar-se “de uma moção muito importante, com a qual estamos plenamente de acordo, e chamámos a direção da entidade aqui de urgência dando conta da oposição clara da Câmara Municipal sobre o encerramento da dependência da CCA de Pegões.

Temos dado todo o apoio à União de Freguesias para proceder às instâncias necessárias para que este balcão não encerre, e temos feito tudo o que está ao nosso alcance com a direção da CCA para que não aconteça, mas parece ser uma decisão irredutível.

Vimos isto com tristeza porque a população irá perder os serviços bancários de proximidade.”

Já o vereador João Afonso (PSD/CDS-PP) considerou que “não é com moções que vamos resolver isto, isto é uma luta perdida. Os bancos estão a encerrar os balcões porque estes não têm rentabilidade económica por pouca utilização e pela aposta no homebanking, o que prejudica as pessoas com mais idade”.

A proposta do vereador social-democrata passou “por ser a Câmara Municipal a implementar uma caixa ATM na freguesia e eventualmente recorrer a outros serviços públicos em protocolo, para garantir o acesso a certos actos bancários realizados pela população”, ao que Nuno Canta garantiu que “a autarquia irá colocar um ATM em Pegões”.   

Bombeiros Voluntários do Montijo voltam à discussão

O assunto das tensões vividas nos Bombeiros Voluntários do Montijo voltou à reunião camarária, levantado pelo vereador Carlos Almeida (CDU) e levou, novamente, à mais longa discussão da tarde, situação até referida pelo presidente, que acusou João Afonso de “estender o período antes da Ordem do Dia com certos temas apenas para criar fait-divers, em vez de se preocuparem com o que se vota e discute no Período da Ordem do Dia”.

Segundo Carlos Almeida “chegaram-nos indicações por parte de um grupo de 57 bombeiros de que continuam os problemas na corporação e com acusações de não utilização dos fundos entregues pela Câmara Municipal para os fins previstos”.

A discussão gerou-se, de novo, entre Nuno Canta e João Afonso, com o primeiro a acusar o vereador social democrata de “ter interesse em defender uma fação e, irresponsavelmente, ter no passado levantado mesmo alarme social quando andou a dizer que o socorro à população estava em causa” e João Afonso a acusar o presidente de “querer abafar o assunto” e de “cumplicidade com a direção, a qual considero que não tem capacidade para dirigir”.

Nuno Canta explicou ainda que já foi convocada “uma reunião com as direções da Associação Humanitária dos Bombeiros do Montijo e da AH dos Bombeiros de Canha”, frisando de novo que “temos noção de que há uma luta pela direção do corpo de bombeiros, mas a gestão dos dinheiros das associações são exclusivamente da responsabilidade das direções das Associações Humanitárias.

Atribuímos os apoios públicos consoante a lei, com toda a transparência, mas não temos a responsabilidade de fiscalizar onde o dinheiro é aplicado, nem temos, à partida, desconfianças em relação à direção dos bombeiros, mas a partir de agora, iremos exigir uma reconciliação de contas pelas Associações Humanitárias”.

João Afonso indicou ainda “dois pontos negros em termos de trânsito, o cruzamento da Rua dos Combatentes e o entroncamento da Avenida Jorge Peixinho junto à farmácia, ambos com muito movimento e causa de acidentes quase diários”, ao que Nuno Canta referiu que “solicitámos à PSP os dados sobre acidentes, não se confirma ser um ‘ponto negro’, mas iremos repensar em soluções para o local, que podem passar por lombas.

Quanto à segunda questão, até devido ao supermercado ali instalado, cria dificuldades no escoamento, e por causa disso temos vindo a estudar uma intervenção para o local, que passa por criar uma rotunda no final da Avenida, com a Rua Gago Coutinho, e depois alargar para quatro vias a ligação para Alcochete.”

Outra situação que João Afonso abordou foi “a falta de limpeza e manutenção do antigo Bairro do Esteval, apesar de alguma falta de civismo dos moradores”, situação que Nuno Canta garantiu ter sido intervencionada pelos serviços, após o alerta do vereador, e frisou que “temos um problema porque muito do lixo das fotos que nos enviou, eram resíduos de construção civil, contra a lei do lixo, junto dos contentores”.

Bem-estar animal com parques caninos e renovação do CROAC

Na reunião, entre outros assuntos, foi também aprovada por unanimidade, um apoio do município para a União de Freguesias de Montijo e Afonsoeiro, de cerca de 75 mil euros, para a construção de dois parques caninos no Afonsoeiro e no Alto das Vinhas, com Ana Baliza a criticar “que peca por tardia”, aproveitando para questionar sobre “as obras de melhoramento do Centro de Recolha Animal, que a autarquia divulgou a maquete em Dezembro”.

Nuno Canta explicou que “em 2020 desenvolvemos um projecto de cerca de um milhão de euros para construção desse Centro de Recolha, que tem estado estes meses em ‘revisão de projecto’, e nas próximas semanas vamos lançar o concurso público para a renovação do espaço. E certamente não ficaremos por aqui com estes parques.”

Sobre o tema, também João Afonso considerou “que este equipamento é necessário na nossa cidade”, mas relembrou “a necessidade de garantir depois a gestão e manutenção do espaço, para o qual é necessário algum know-how, e pergunto se a Junta de Freguesia tem essa capacidade, para garantir limpeza, separação de animais, garantir que os que frequentam o espaço estão chipados e vacinados, etc, e corremos o risco de que daqui a alguns tempos se transforme numa mera casa-de-banho para animais”.

Também aqui o presidente esclareceu “esta questão passou pelo nosso veterinário municipal e a gestão será feita pela Junta”.


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