País

Regicídio de D. Carlos teve lugar a 1 de Fevereiro de 1908

Na tarde do dia 1 de Fevereiro de 1908 a capital portuguesa respirava um clima de grande tensão política.

No Terreiro do Paço algumas pessoas, membros do governo e os infantes D. Manuel e D. Afonso (irmão do rei) aguardavam a chegada da família real, vinda de uma estadia em Vila Viçosa, que embarcara no Barreiro no vapor ‘D. Luís’ para a travessia do Mar da Palha até à capital.

A viagem de comboio não tinha sido fácil, com um descarrilamento em Casa Branca, que causou um atraso de cerca de uma hora, o que levou a que a família real apenas chegasse a Lisboa pelas 17h00.

Apesar do ambiente de grande tensão, o Rei decidiu atravessar o Terreiro do Paço num landau aberto e com uma escolta reduzida.

Entre a multidão, aguardava três atiradores, pertencentes à Carbonária, uma sociedade secreta: Manuel Buíça, Domingos Ribeiro e José Maria Nunes.

É o primeiro, um professor primário expulso do Exército, que dispara sobre o rei quando o landau circulava junto ao lado ocidental da praça, com um tiro de carabina que atinge D. Carlos no pescoço, matando-o imediatamente. Um segundo tiro atinge a vítima no ombro.

Este tiro desencadeia um tiroteio, com outros atiradores, em diversos pontos da praça, a disparar sobre a carruagem que ficou crivada de balas.

Debaixo das arcadas surge Alfredo Costa, empregado do comércio e editor de obras de escândalo, que sobe ao estribo da carruagem, ergue-se à altura dos passageiros e dispara sobre o rei já tombado. É a este regicida que a rainha, de pé, fustiga com um ramo de flores gritando ‘Infames. Infames’.

Alfredo Costa atinge então no peito D. Luís Filipe, mas embora a bala lhe tenha atravessado um pulmão, não era uma ferida mortal, e o príncipe consegue disparar quatro tiros sobre o regicida. Mas ao colocar-se de pé na carruagem, torna-se um alvo fácil e é atingido mortalmente na face esquerda por uma bala de grosso calibre disparada das arcadas.

Buíça volta a fazer pontaria sobre o infante e sobre a rainha, mas foi impedido de disparar sobre a carruagem pela intervenção de Henrique da Silva Valente, um simples soldado de Infantaria 12 que passava no local e se lançou sobre ele de mãos nuas, sendo atingido numa perna.

Os militares que acompanhavam a comitiva conseguiram capturar alguns dos regicidas e imobiliza-los, mas todos foram abatidos no local, e até um cidadão inocente foi alvo do zelo policial, Sabino Costa, empregado de ourivesaria e monárquico, provavelmente confundido com outro regicida oculto na multidão.

O condutor da carruagem arrancou do local até à rua do Arsenal onde procurou refúgio, e onde se vira a verificar o óbito do rei e do herdeiro do trono.

O regicídio do Rei Dom Carlos, em Fevereiro de 1908, foi o prenúncio do fim da monarquia em Portugal, que vigoraria durante mais 32 meses, até 5 de Outubro de 1910, com Manuel II, de 18 anos, no trono até à proclamação da República.

Fonte: www.mundoportugues.pt


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